NOVA SERRA. HOTEL. QUARTO. TARDE
Daniel entra com suas malas e as coloca na cama. Em seguida, Sófia entra.
Sófia – O Que você ta fazendo aqui? No meu quarto?
Daniel – É meu quarto!
Sófia – Seu quarto coisa nenhuma, me mandaram vim pra cá.
Daniel – Ah é! Devem ter esquecido de falar pra você. O Hotel está lotado e os passageiros terão que dividir o quarto
Sófia – Nem pensar! Eu não divido quarto com ninguém, pode sair.
Daniel – Se alguém tiver que sair esse alguém é você. Eu topei dividir o quarto, se não quiser durma na recepção.
Sófia – Que absurdo!
Daniel – Então pode me dar licença né?
Sófia – Eu vou reclamar ta?
Sófia sai estressada.
SANTELMO. LOJA DE CACILDA. TARDE
Cacilda e Otávia entram e se deparam com Jesse e Anete.
Cacilda – O Que está acontecendo aqui?
Otávia – Até parecem que saíram do inferno, Desculpe a palavra. Todas sujas e empoeiradas!
Cacilda – RUA! RUA! A gente não pode nem sair pra ver um dueluzinho que já vão invadindo o estabelecimento?
Otávia – Aposto que elas não tem nem dinheiro pra comprar nada, Tia
Jesse pega o certificado de autoridade e usa a mão pra tirar a poeira e logo mostra para as duas. Cacilda e Otávia ficam chocadas e logo abrem um sorriso no rosto.
NOVA SERRA. HOTEL. QUARTO. TARDE
Sófia bate na porta, Daniel abre.
Sófia – Ta bom, Desculpa! Eu posso ficar aqui?
Daniel – Claro, dividiremos o quarto!
SANTELMO. ESTRADA. TARDE
A Noite já está chegando, o dia começa a escurecer e o céu dar sinais de chuva. Várias pessoas caminham com o caixão de Richard a caminho do cemitério, Adma ao lado chorando.
Adma – Cadê a Cacilda?
Absurd – Ela ficou de ir buscar o Daniel na estação, deve chegar por aí daqui a pouco.
Adma – Ah sim!
A Carruagem de Baldoc vai passando, ele está com Bell indo a caminho da cidade.
Baldoc – O Que está acontecendo aqui?
Bell – Ah, é o enterro do Seu Richard. Morreu coitado.
Baldoc – O Que? Parem com isso já! Não vão enterrar esse ordinário nas minhas terras
Adma – Quem você pensa que é Baldoc? Essas terras são de todos, eu enterro quem eu quiser.
Baldoc – O Que?
Adma – E ta pra nascer macho que vai por ordem em mim
Cacilda – O Que está acontecendo aqui? Absurd, você não vai fazer nada?
Absurd – Já basta uma morte na família, você quer que o Daniel chegue e descubra que além do pai perdeu o cunhado?
Cacilda – Absurd, você é um banana! Isso que você é. Né Otávia?
Otávia – É você é um banana!
Absurd – Ta, eu vou lá! Quer ficar viúva né Cacilda?
Absurd vai até a carruagem de Baldoc.
Absurd – Senhor, por favor, abaixa a arma! Vamos acalmar os ânimos
Baldoc – Quem é você pra me dar ordem?
Absurd segura a mão de Baldoc, tentando tirar a arma. Os dois brigam pela pose da arma.
Baldoc – Solta!
A arma acaba disparando em direção a Adma, que é atingida na barriga e cai desmaiada.
Cacilda (GRITA) – Mamãe!
SANTELMO. ESTRADA. TARDE
Baldoc – Ah meu Deus! Está vendo o que você fez?
Absurd – Eu?
Baldoc – É! Vamos a levar pra algum hospital
Cacilda – Logo! Ela ta perdendo sangue
SANTELMO. PAISAGENS. NOITE/DIA
Paisagens da cidade junto com a transição do tempo a Noite para o Dia.
FAZENDA DE IVO. MESA DE REFEIÇÃO. DIA
Lina – Onde vamos parar!
Ivo – Que foi?
Lina (Lendo Jornal) – Banco é assaltado na capital. Uma mulher de classe média.... Baixa e com tendências masculinas junto com um homem assaltaram banco em Nova Serra.
Lina (Lendo Jornal) – Segundo uma das vítimas a mulher estaria assaltando pra poder pagar... Uma cirurgia plástica?
Soraya – Que absurdo! Só porque a mulher os assaltou essas pessoas ficam inventando mentiras, eu hein.
Ivo – Ainda bem que eu não tinha nada nesse banco.
Soraya – Licença acabei de comer. Irei pro meu quarto.
Ivo – Tchau, filha!
Soraya sai.
Ivo – Essa menina é praticamente uma santa, não sai de dentro daquele quarto.
Lina – Pois é!
FAZENDA DE IVO. QUARTO DE SORAYA. DIA
Lina abre a porta e entra.
Lina – Soraya sua cínica, era você no Jornal não era?
Soraya – Eu?
Lina – Você mesma. Uma filha assaltante de banco, onde foi que eu errei?
Soraya – Eu não sei do que você está falando
Lina – Não se faça de desentendida, Soraya
Soraya – Ta, Ta bom. Fui eu! Qual é o problema?
Lina – Qual é o problema? Como qual é o problema? Você assalta bancos e vem me perguntar qual é o problema. Não me diga que ainda anda andando com aquelas más companhias?
Soraya – Eu ainda ando com meu amigo Billy sim, por quê?
Lina – Qualquer dia a polícia bate aqui na porta, depois não diga que eu não avisei.
Lina sai irritada.
FAZENDA DE ADMA. SALA. DIA
Alice – Eai, ela está bem?
Cacilda – Sim, filha. Está internada na enfermaria. Ainda bem que não aconteceu nada grave.
Alice – Graças a Deus. Vocês deveriam comunicar sobre esse Baldoc as autoridades.
Cacilda – O Baldoc é a autoridade daqui da cidade e a culpa foi toda do seu pai, esse banana. Eu tenho certeza que ele não iria chegar ao ponto de atirar.
Absurd – Como minha Cacilda? Quem me mandou ir lá foi você
Cacilda – E ainda me acusa?
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