SANTELMO. CIDADE. DIA
Baldoc – Bell, por favor, vá até o banco e faça o que eu mandei. Por enquanto irei visitar a Adma na enfermaria, preciso saber como ela ta.
Bell – Ok!
Baldoc – Ah, ia esquecendo de falar. Vá buscar a Sófia na estação em Nova Serra. Também preciso ir conhecer o novo Delegado, dizem que já chegou. Além de ir buscar as rameiras na estação.
Bell – Ok! O Senhor não irá querer ir esperar sua filha também?
Baldoc – Não, eu tenho coisas mais importantes pra fazer né? Eu encontro vocês depois
Bell – Ok então
NOVA SERRA. ESTAÇÃO DE LOCOMOTIVA. DIA
Bianca, Veridiana, Dorothy e Elga estão no meio da estação. Cercada por malas.
Veridiana – Então já estamos em Santelmo?
Bianca – Não, ainda precisamos pegar uma carruagem até lá.
Elga – Muito longe!
SANTELMO. ESTAÇÃO. DIA
Cacilda, Otávia e Baldoc estão esperando a carruagem. Baldoc apressado olha o relógio.
Cacilda – O Senhor também veio esperar o Padre?
Baldoc – Não, as prostitutas mesmo.
Cacilda – O Que? Mas o que? Como assim? Então quer dizer que o Padre está vindo na mesma carruagem que as...
Otávia – Calma, tia!
Cacilda desmaia nos braços de Otávia.
Otávia – Ta vendo o que o senhor fez?
ENFERMARIA. DIA
Baldoc entra, Lina está numa cama. Sentada encima dela.
Baldoc – Posso conversar com você?
Adma – Tenho outra opção? Perdi o enterro do Richard por sua causa.
Baldoc – Depois você vai ao cemitério, o enterro nem foi tão animado assim. Já se recuperou?
Adma – Fui operada, ainda bem que não foi mais grave.
Baldoc – Bom saber!
SANTELMO. BANCO. SALA DE IVO. DIA
Ivo entrega uma mala com dinheiro a Bell.
Ivo – É um prazer fazer negócio com seu patrão.
Bell – Que bom
Ivo – Vem cá, ninguém vai ficar sabendo né?
Bell – Ah ninguém, fique tranqüilo. O Dinheiro será desviado.
Ivo – Que dinheiro? Eu não sei de nada, nunca soube de nada e nunca saberei de nada... Que horas?
Bell – Hoje mesmo, antes do banco fechar.
Ivo – Ok!
SANTELMO. DELEGACIA. DIA
Baldoc – Então você é a nova Delegada?
Jesse – Sou sim, e ela é minha assistente.
Anete – Prazer!
Baldoc – Pode ir passando o certificado?
Jesse – Certificado, ah! Claro, o certificado. Anete passe o certificado.
Anete passa o certificado.
Anete – É que teve uma pequena confusão. O Escrivão tava bêbado e confundiu o nome dela e colocou Camilo.
Jesse – É, na verdade meu nome é Jesse e ele confundiu com Camilo.
Baldoc vai até a mesa do Delegado e tenta se sentar na cadeira, porém, fica entalado.
Baldoc – Mas que absurdo! Um homem de bem não pode nem mais sentar numa cadeira? Impossível sentar aqui! Onde compraram isso? Eu exijo uma cadeira maior aqui agora
Anete – Fique tranqüilo, eu irei mandar providenciar uma cadeira mais... mais... larga pro senhor lá da capital.
Baldoc – Bom, como tradição, irei fazer uma cerimônia de boas-vindas. Por favor, se ajoelhem.
Jesse e Anete se ajoelham. Baldoc saca uma arma.
Anete – O Que é isso? Veja lá o que o senhor vai fazer com essa arma
Baldoc põe a arma na cabeça de Jesse e depois na de Anete.
Baldoc – Eu os declaro Delegada e Assistente de Delegada. Pronto! Agora eu tenho que ir, licença, até logo.
Anete se antecipa e passa na frente de Baldoc, e abre a porta.
FAZENDA DE BALDOC. COZINHA. DIA
Bezerra está com um ganso enorme na mão, que está se balançado tentando sair.
Bezerra – Eu não sei se eu coloco o Ganso no fundo da água até ele se afogar ou se eu torço o pescoço dele.
Baldoc – Será possível? Eu faço tudo nessa casa, uma índia de empregada que tem pena de matar um ganso. Me dá esse ganso aí!
Baldoc pega o ganso, Bezerra tapa os ouvidos e fecha os olhos. Baldoc torce o pescoço do Ganso, com direito até um barulhinho do pescoço se torcendo.
SANTELMO. ESTRADA. GRAMA. DIA
Anete está com 2 bandidos amarrados na grama ao lado da estrada.
Anete – Não disse? Com a chegada das novas autoridades na cidade tudo iria melhorar por aqui. Isso se chama Banho de Sol lá na capital
Bandido 1 – A Senhora poderia nos soltar hein? Não tem como tomar banho de sol assim
Anete – Ah sei não hein... Não tenho ordens da Jesse pra isso. Só se vocês prometerem que não vão fugir.
Bandido 2 – Prometemos! Prometemos!
Anete começa a soltar os bandidos.
Anete – Pronto!
Os bandidos correm, Anete toda atrapalhada saca a arma e começa a atirar pra todos os lados. Porém, não atinge nenhum bandido que fogem.
NOVA SERRA. ESTAÇÃO. DIA
Daniel – Eu gostaria de comprar uma passagem pra Santelmo
Motorista – Ih! Meu rapaz, todas as passagens já foram compradas. Hoje, só amanhã.
Daniel – Mais só tem 2 pessoas
Bell – Eu comprei todas as passagens para não ter que ficar na fila com pessoas como você. Licença.
Daniel – Mas...
Bell com a mala de dinheiro e Sófia entram na carruagem. Daniel observa Billy e Soraya de olho na carruagem.
SANTELMO. CIDADE. DIA
Bianca, Veridiana, Dorothy e Elga caminham pela cidade com vestidos provocantes. Cacilda observa indignada.
Bianca – Finalmente, Santelmo!
DESERTO. CARRUAGEM. DIA
Sófia escuta um barulho encima da carruagem e saca sua arma, Daniel aparece na janela e entra.
Daniel – Isso não é um assalto, apenas uma carona. Quando chegar a Santelmo me acordem por favor?
Bell – Que absurdo! Eu vou te denunciar pra Delegada por Invasão de Domicilio Carruagial!
Billy e Soraya, mascarados, correm em cavalos a direção da carruagem dando tiros pra cima.
Sófia – O Que é isso?
Daniel olha pela janela, Billy e Soraya vão chegando perto da carruagem onde o motorista está. O Motorista começa a chicotear o cavalo para ele ir mais rápido, Soraya dá um tiro em direção à carruagem na intenção de atingir o motorista. O Tiro passa a madeira e Daniel é atingido.
Sófia – Ah meu deus!
IGREJA. TEMPLO. DIA
Cacilda – Padre João, eu acho um absurdo essas rameiras invadindo a cidade. O Que o senhor pretende fazer sobre isso?
Padre João – Mas eu não posso fazer nada
Cacilda – Como não pode fazer nada? E como foi os negócios lá em Nova Serra hein?
Padre João – Foi bom, demorei porque tive que ficar pra uma reunião com o Bispo.
Cacilda – Eu acho que o Bispo não vai gostar de saber que o senhor está acobertando essas rameiras, que inclusive veio na mesma carruagem que elas.
Padre João – Dona Cacilda, a senhora está me ameaçando?
Cacilda – Não, estou apenas avisando. Até mais!
Otávia – Espera tia, eu quero me confessar antes de ir.
Cacilda – Hum, ta!
DESERTO. DIA
Billy e Soraya estão apontando a arma para Bell e Sófia, Daniel está caído no chão baleado. Soraya vai até Bell.
Soraya – Que mala é essa?
Bell – Ah, tudo porcaria! Figuras de presidente. Recortes de Jornais, Papéis sem importância.
Soraya pega a mala.
Soraya – Pois eu adoro esses papéis!
Soraya pega a mala e sobe no cavalo junto com Billy, eles vão embora.
Bell – Sófia entra na carruagem e vamos embora! Logo!
Sófia – Cê tá doida? O Moço tá baleado. Vai sua múmia! Tá esperando o que pra me ajudar?
Bell – Mas, Sófia...
FAZENDA DE BALDOC. FRENTE. DIA
Sófia e Bell descem da carruagem, Sófia corre e abraça Baldoc.
Sófia – Pai, quanto tempo!
Bell se aproxima de um peão da fazenda discretamente.
Bell – Por favor, leva a carruagem até a cidade. Pode deixar o homem que está dentro dela na estrada.
O Peão entra na carruagem e vai embora com Daniel baleado e desacordado lá dentro.
Sófia – Pai, Tem um moço baleado lá dentro da carruagem. Você tem que ajudar.
Bell – Baldoc, fomos assaltadas!
Sófia – Ué, cadê a carruagem?
FAZENDA DE BALDOC. SALA. DIA
Baldoc, Bell e Sófia entram.
Bell – Esse moço invadiu a carruagem, veio com a gente até aqui e agora sumiu com a carruagem e o dinheiro.
Sófia – Como assim, Bell? A gente foi assaltada no deserto
Bell – Pois é ele invadiu a carruagem no deserto. Eu quis fazer alguma coisa e a Sófia me impediu
Sófia – Não é nada disso, Bell. Pai eu tenho certeza que não foi ele que roubou, ele não tem cara de assaltante.
Bell – E assaltante tem cara?
Baldoc – Sófia vá arrumar suas coisas. Eu e Bell vamos até a delegacia dar queixa.
Sófia – Vocês estão doidos. Dá licença viu!
FAZENDA DE BALDOC. COZINHA. DIA
Sófia entra.
Sófia – Bezerra, quanto tempo!
Bezerra – Sófia! Você voltou? Que saudades
Bezerra e Sófia se abraçam.
Bezerra – Como foi à viagem?
Sófia – Foi ótima, eu trouxe presente da capital pra todo mundo. Inclusive pra você.
Bezerra – Magina, não precisava.
IGREJA. TEMPLO. CONFESSIONÁRIO. DIA
Otávia está ajoelhada se confessando ao lado do confessionário.
Otávia – Padre, eu andei tendo sonhos.
Padre João – Que sonhos minha filha?
Otávia – Ah Padre, sonhos estranhos. Eu fico com vergonha de falar.
Padre João – Fale
Otávia – Nos sonhos eu apareço pelada, completamente nua e com vários homens em minha volta.
Padre João – Que isso! Não me diga
Otávia – E tem mais, eles ficam me chamando daquilo
Padre João – Daquilo o que?
Otávia – Ah, daquilo padre. Começa com P e termina com A.
Padre João – Ahhh! Minha nossa
Otávia – Eu tento fugir, sair dali. Mas eu não consigo e os homens vão chegando perto de mim e...
Padre João – E...?
Otávia – Eai eu acordo!
Padre João – Ahh, ufa! Quantos pecados hein?
Otávia – Qual a minha penitência?
Padre João – 1000 aves Maria e 1000 pais nosso.
SANTELMO. ESTRADA. DIA
Daniel é jogado na estrada com a carruagem em movimento, que vai embora. Ele fica no meio da estrada desmaiado e com sangue no corpo. Ele acorda tonto e sem forças e coloca o braço a frente dos olhos pela luz quente do sol em seus olhos.
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