quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Amor Blue - Capítulo 03

SANTELMO. CIDADE. DIA

Baldoc – Bell, por favor, vá até o banco e faça o que eu mandei. Por enquanto irei visitar a Adma na enfermaria, preciso saber como ela ta. 
Bell – Ok! 
Baldoc – Ah, ia esquecendo de falar. Vá buscar a Sófia na estação em Nova Serra. Também preciso ir conhecer o novo Delegado, dizem que já chegou. Além de ir buscar as rameiras na estação. 
Bell – Ok! O Senhor não irá querer ir esperar sua filha também?
Baldoc – Não, eu tenho coisas mais importantes pra fazer né? Eu encontro vocês depois
Bell – Ok então


NOVA SERRA. ESTAÇÃO DE LOCOMOTIVA. DIA




Bianca, Veridiana, Dorothy e Elga estão no meio da estação. Cercada por malas.


Veridiana – Então já estamos em Santelmo?
Bianca – Não, ainda precisamos pegar uma carruagem até lá. 
Elga – Muito longe!



SANTELMO. ESTAÇÃO. DIA



Cacilda, Otávia e Baldoc estão esperando a carruagem. Baldoc apressado olha o relógio.



Cacilda – O Senhor também veio esperar o Padre?

Baldoc – Não, as prostitutas mesmo. 
Cacilda – O Que? Mas o que? Como assim? Então quer dizer que o Padre está vindo na mesma carruagem que as... 
Otávia – Calma, tia! 
Cacilda desmaia nos braços de Otávia. 
Otávia – Ta vendo o que o senhor fez?


ENFERMARIA. DIA


Baldoc entra, Lina está numa cama. Sentada encima dela. 


Baldoc – Posso conversar com você?
Adma – Tenho outra opção? Perdi o enterro do Richard por sua causa.

Baldoc – Depois você vai ao cemitério, o enterro nem foi tão animado assim. Já se recuperou?
Adma – Fui operada, ainda bem que não foi mais grave. 
Baldoc – Bom saber!


SANTELMO. BANCO. SALA DE IVO. DIA



Ivo entrega uma mala com dinheiro a Bell. 
Ivo – É um prazer fazer negócio com seu patrão.
Bell – Que bom 
Ivo – Vem cá, ninguém vai ficar sabendo né?
Bell – Ah ninguém, fique tranqüilo. O Dinheiro será desviado. 
Ivo – Que dinheiro? Eu não sei de nada, nunca soube de nada e nunca saberei de nada... Que horas?
Bell – Hoje mesmo, antes do banco fechar. 
Ivo – Ok!



SANTELMO. DELEGACIA. DIA



Baldoc – Então você é a nova Delegada?
Jesse – Sou sim, e ela é minha assistente.
Anete – Prazer!
Baldoc – Pode ir passando o certificado?
Jesse – Certificado, ah! Claro, o certificado. Anete passe o certificado. 



Anete passa o certificado. 


Anete – É que teve uma pequena confusão. O Escrivão tava bêbado e confundiu o nome dela e colocou Camilo.

Jesse – É, na verdade meu nome é Jesse e ele confundiu com Camilo. 


Baldoc vai até a mesa do Delegado e tenta se sentar na cadeira, porém, fica entalado.


Baldoc – Mas que absurdo! Um homem de bem não pode nem mais sentar numa cadeira? Impossível sentar aqui! Onde compraram isso? Eu exijo uma cadeira maior aqui agora

Anete – Fique tranqüilo, eu irei mandar providenciar uma cadeira mais... mais... larga pro senhor lá da capital. 

Baldoc – Bom, como tradição, irei fazer uma cerimônia de boas-vindas. Por favor, se ajoelhem.
Jesse e Anete se ajoelham. Baldoc saca uma arma. 
Anete – O Que é isso? Veja lá o que o senhor vai fazer com essa arma


Baldoc põe a arma na cabeça de Jesse e depois na de Anete.


Baldoc – Eu os declaro Delegada e Assistente de Delegada. Pronto! Agora eu tenho que ir, licença, até logo.



Anete se antecipa e passa na frente de Baldoc, e abre a porta.


FAZENDA DE BALDOC. COZINHA. DIA



Bezerra está com um ganso enorme na mão, que está se balançado tentando sair.



Bezerra – Eu não sei se eu coloco o Ganso no fundo da água até ele se afogar ou se eu torço o pescoço dele.
Baldoc – Será possível? Eu faço tudo nessa casa, uma índia de empregada que tem pena de matar um ganso. Me dá esse ganso aí!


Baldoc pega o ganso, Bezerra tapa os ouvidos e fecha os olhos. Baldoc torce o pescoço do Ganso, com direito até um barulhinho do pescoço se torcendo.



SANTELMO. ESTRADA. GRAMA. DIA



Anete está com 2 bandidos amarrados na grama ao lado da estrada. 


Anete – Não disse? Com a chegada das novas autoridades na cidade tudo iria melhorar por aqui. Isso se chama Banho de Sol lá na capital 

Bandido 1 – A Senhora poderia nos soltar hein? Não tem como tomar banho de sol assim 
Anete – Ah sei não hein... Não tenho ordens da Jesse pra isso. Só se vocês prometerem que não vão fugir.
Bandido 2 – Prometemos! Prometemos! 
Anete começa a soltar os bandidos.
Anete – Pronto! 


Os bandidos correm, Anete toda atrapalhada saca a arma e começa a atirar pra todos os lados. Porém, não atinge nenhum bandido que fogem.


NOVA SERRA. ESTAÇÃO. DIA


Daniel – Eu gostaria de comprar uma passagem pra Santelmo

Motorista – Ih! Meu rapaz, todas as passagens já foram compradas. Hoje, só amanhã.
Daniel – Mais só tem 2 pessoas
Bell – Eu comprei todas as passagens para não ter que ficar na fila com pessoas como você. Licença.
Daniel – Mas...



Bell com a mala de dinheiro e Sófia entram na carruagem. Daniel observa Billy e Soraya de olho na carruagem.


SANTELMO. CIDADE. DIA



Bianca, Veridiana, Dorothy e Elga caminham pela cidade com vestidos provocantes. Cacilda observa indignada.


 Bianca – Finalmente, Santelmo!  


DESERTO. CARRUAGEM. DIA


Sófia escuta um barulho encima da carruagem e saca sua arma, Daniel aparece na janela e entra.


Daniel – Isso não é um assalto, apenas uma carona. Quando chegar a Santelmo me acordem por favor?
Bell – Que absurdo! Eu vou te denunciar pra Delegada por Invasão de Domicilio Carruagial!
Billy e Soraya, mascarados, correm em cavalos a direção da carruagem dando tiros pra cima.
Sófia – O Que é isso?



Daniel olha pela janela, Billy e Soraya vão chegando perto da carruagem onde o motorista está. O Motorista começa a chicotear o cavalo para ele ir mais rápido, Soraya dá um tiro em direção à carruagem na intenção de atingir o motorista. O Tiro passa a madeira e Daniel é atingido.


Sófia – Ah meu deus!


 IGREJA. TEMPLO. DIA

Cacilda – Padre João, eu acho um absurdo essas rameiras invadindo a cidade. O Que o senhor pretende fazer sobre isso?
Padre João – Mas eu não posso fazer nada
Cacilda – Como não pode fazer nada? E como foi os negócios lá em Nova Serra hein?
Padre João – Foi bom, demorei porque tive que ficar pra uma reunião com o Bispo. 
Cacilda – Eu acho que o Bispo não vai gostar de saber que o senhor está acobertando essas rameiras, que inclusive veio na mesma carruagem que elas. 
Padre João – Dona Cacilda, a senhora está me ameaçando? 
Cacilda – Não, estou apenas avisando. Até mais!
Otávia – Espera tia, eu quero me confessar antes de ir. 
Cacilda – Hum, ta!


DESERTO. DIA



Billy e Soraya estão apontando a arma para Bell e Sófia, Daniel está caído no chão baleado. Soraya vai até Bell.



Soraya – Que mala é essa?
Bell – Ah, tudo porcaria! Figuras de presidente. Recortes de Jornais, Papéis sem importância. 


Soraya pega a mala.



Soraya – Pois eu adoro esses papéis!

Soraya pega a mala e sobe no cavalo junto com Billy, eles vão embora. 

Bell – Sófia entra na carruagem e vamos embora! Logo! 

Sófia – Cê tá doida? O Moço tá baleado. Vai sua múmia! Tá esperando o que pra me ajudar? 
Bell – Mas, Sófia...


FAZENDA DE BALDOC. FRENTE. DIA


Sófia e Bell descem da carruagem, Sófia corre e abraça Baldoc.



Sófia – Pai, quanto tempo! 


Bell se aproxima de um peão da fazenda discretamente. 



Bell – Por favor, leva a carruagem até a cidade. Pode deixar o homem que está dentro dela na estrada. 



O Peão entra na carruagem e vai embora com Daniel baleado e desacordado lá dentro. 

Sófia – Pai, Tem um moço baleado lá dentro da carruagem. Você tem que ajudar. 

Bell – Baldoc, fomos assaltadas! 
Sófia – Ué, cadê a carruagem?


FAZENDA DE BALDOC. SALA. DIA



Baldoc, Bell e Sófia entram.


Bell – Esse moço invadiu a carruagem, veio com a gente até aqui e agora sumiu com a carruagem e o dinheiro. 

Sófia – Como assim, Bell? A gente foi assaltada no deserto 

Bell – Pois é ele invadiu a carruagem no deserto. Eu quis fazer alguma coisa e a Sófia me impediu 

Sófia – Não é nada disso, Bell. Pai eu tenho certeza que não foi ele que roubou, ele não tem cara de assaltante. 
Bell – E assaltante tem cara? 
Baldoc – Sófia vá arrumar suas coisas. Eu e Bell vamos até a delegacia dar queixa. 
Sófia – Vocês estão doidos. Dá licença viu!


FAZENDA DE BALDOC. COZINHA. DIA


Sófia entra.


Sófia – Bezerra, quanto tempo! 
Bezerra – Sófia! Você voltou? Que saudades 


Bezerra e Sófia se abraçam. 



Bezerra – Como foi à viagem?

Sófia – Foi ótima, eu trouxe presente da capital pra todo mundo. Inclusive pra você. 
Bezerra – Magina, não precisava.


IGREJA. TEMPLO. CONFESSIONÁRIO. DIA


Otávia está ajoelhada se confessando ao lado do confessionário.


Otávia – Padre, eu andei tendo sonhos. 
Padre João – Que sonhos minha filha?
Otávia – Ah Padre, sonhos estranhos. Eu fico com vergonha de falar. 
Padre João – Fale
Otávia – Nos sonhos eu apareço pelada, completamente nua e com vários homens em minha volta. 
Padre João – Que isso! Não me diga 
Otávia – E tem mais, eles ficam me chamando daquilo 
Padre João – Daquilo o que?
Otávia – Ah, daquilo padre. Começa com P e termina com A. 
Padre João – Ahhh! Minha nossa 
Otávia – Eu tento fugir, sair dali. Mas eu não consigo e os homens vão chegando perto de mim e... 
Padre João – E...?
Otávia – Eai eu acordo! 
Padre João – Ahh, ufa! Quantos pecados hein? 
Otávia – Qual a minha penitência?
Padre João – 1000 aves Maria e 1000 pais nosso.


SANTELMO. ESTRADA. DIA 



Daniel é jogado na estrada com a carruagem em movimento, que vai embora. Ele fica no meio da estrada desmaiado e com sangue no corpo. Ele acorda tonto e sem forças e coloca o braço a frente dos olhos pela luz quente do sol em seus olhos. 

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