CENA 1. SANTELMO. CIDADE. RUA. DIA
Anete tira a estrelinha de Delegado de seu peito e
devagar coloca na mão de Daniel.
Anete (falando devagar, fraca) –
Toma.. faz... faz alguma coisa. Eu nunca fui Delegada... eu menti.
Daniel – Eu não to entendendo.
Anete (falando devagar, fraca) – Faz
alguma coisa por essa gente... Pega a Soraya!
Anete fecha os olhos, ela está morta.
Daniel – Não, Anete...
Daniel pega a estrelinha triste e olha pra ela. Ele
levanta e olha pra Sófia que também está triste, ela faz o sinal de sim com a
cabeça. Daniel põe a estrelinha no peito. Silêncio. CAM sobe mostrando a
cidade.
CENA 2. SANTELMO. ENFERMARIA. TARDE
Daniel e Sófia entram.
Daniel – A gente levou os corpos pra
Igreja. O Billy?
Maria – Sumiu.
Daniel – Ele não ia poder fazer nada
mesmo, atiraram pra matar. Coitada da Helena, promotora que eu pedi pra cuidar
da Soraya. Fiquei sabendo que o Breno morreu?
Sófia – Podiam ter matado meu pai.
Breno não merecia isso. Todo mundo tem que sair daqui até amanhã. A cidade
acabou. Já tem gente pegando as coisas e indo embora. Fiquei sabendo que o dono
do Cassino morreu.
Daniel – Não acabou não. Você vai
embora e eu fico e procuro o Júnior. E o Breno não morreu, um morador que é
médico ajudou ele e outras pessoas.
Sófia – Ah que bom! Tava ficando
preocupada. Mais não, eu não fico. Se é seguro pra você é seguro pra mim.
CENA 3. FAZENDA DE ADMA. SALA. DIA
Baldoc está sentada numa mesinha tomando café, Cacilda
entra.
Cacilda – O senhor ainda está aqui?
Fora da minha casa! Que história é essa que o senhor é meu pai?
Baldoc – E sou! E mesmo criada pelo
Richard, você é igualzinha a mim!
Cacilda – Ofensa baixa eu não admito!
Baldoc – Da onde você tirou esse
nariz? Essa mania de dar ordem em todo mundo? E achar que é a única certa?
Cacilda – Eu?
Baldoc – Só vestir roupa preta? A
laranja nunca cai longe da laranjeira, Cacilda Baldoc!
Cacilda – NUNCA! Nunca que eu vou
chamar o senhor de Papai, papai!
Cacilda põe a mão na boca.
Baldoc – (RISOS). Ai, ai! E eu que
pensava que a Sófia era parecida comigo.
Cacilda – Oh!
CENA 4. NOVA SERRA. HOTEL. QUARTO DE SORAYA. NOITE
Romero – Morreu muita gente, Soraya.
Soraya – E vai morrer muito mais. Eu
não vou mais brincar em serviço, Romero. Amanhã ao meio-dia quem tiver naquela
cidade vai ter que morrer.
CENA 5. CASSINO. JOGATINA. NOITE
Os capangas de Soraya estão sentados numa mesa. Daniel
entra, um capanga se levanta rapidamente e saca a arma. Daniel saca a sua mais
rápido e a atira no revólver do capanga, que cai no chão.
Daniel – Bom, eu não vim brigar.
Vocês podem ir embora! Ah, e avisem pra Soraya que amanhã ao meio-dia vai ter
gente aqui esperando por ela. E diga que quem mandou o recado foi o novo xerife
de Santelmo.
CENA 6. cassino. jogatina. madrugada
Sunny está arrumando o Cassino, ela coloca as cadeiras
sobre as mesas.
Cacilda – Como não funciona meu bem?
O Cassino não fecha nunca.
Sunny – Dona Cacilda! Um monte de gente
morreu, a senhora não reparou não? Até o Jack, dono daqui, morreu!
Cacilda – E daí? Hãn? O pecado não
descansa e uma mulher tem que ganhar sua vida. Por isso que são todos pobres,
na primeira oportunidade que tem já param de trabalhar.
Sunny – A senhora que fique aí
então...
Sunny sai, Cacilda senta-se numa mesa com as pernas
encima dela. Absurd entra e vai até onde ela está sentada e põe um dinheiro
encima da mesa.
Absurd – Toma! Não é por dinheiro que
você faz isso?
Cacilda – Não dá pra ser com outra
menina não, Absurd? É que fica estranho no seu caso você pagar pra mim né?
Absurd – Eu faço questão de pagar.
Cacilda – Então tá! Você vai querer
um arroz com feijão ou vai pagar um estrogonofe?
Absurd – Eu quero uma feijoada
completa.
Cacilda – Ah Absurd, você não tem
fome pra tudo isso né?
Absurd – Ah minha querida, quando
vejo você com esse vestido... com essa roupa. Me dá uma apetite!
Cacilda se levanta, Absurd joga ela encima da mesa e
segura suas mãos.
Cacilda – Ui, ui! Absurd. Alguém pode
ver...
Absurd beija Cacilda. CAM mostra suas pernas balançando
pra cima.
CENA 7. SANTELMO. RUA. CIDADE. MANHÃ
A cidade está movimentada, várias pessoas andam com suas
malas. Veridiana se despede de Elga ao lado da carruagem.
Veridiana – A gente se encontra por
aí, amiga.
Elga – Não. Nada disso, a gente se
encontra aqui Veri! Vai dá tudo certo!
CENA 8. SANTELMO. ESTRADA. PENHASCO. MANHÃ
Soraya está olhando a cidade por binóculo ao lado de uma
carruagem, Romero ao seu lado e Bianca sentada na carruagem cuidando de Paul
Júnior.
Romero – Tem certeza que não vem tiro
pra esse lado?
Soraya – Olha, mas uma pergunta eu te
mato!
Romero pisa em um cocô no chão.
Romero – Ihhh!
Soraya – Se vira, Romero! Bianca caso
eu precise sair não saia daqui, me espere.
CAM mostra Santelmo na vista do binóculo. A cidade está
vazia.
Soraya – Ahhh, que bela vista! Vou
assistir a morte daqueles dois insuportáveis e ainda de um monte de gente de
camarote.
Romero – Qual é a estratégia?
Soraya – Eles vão lá e só param de
atirar quando não tiver mais balas.
CENA 9. SANTELMO. RUA. CIDADE. DIA
Daniel – Dia bonito pra se resolver a
vida, não?
Sófia – Aproveita e olha agora,
depois vai ficar uma bagunça. A gente já enfrentou coisa pior.
Os capangas de Soraya surgem cavalgando de cavalo no
horizonte. São quatro. Daniel e Sófia se preparam. Eles descem do cavalo. CAM
sobe até o relógio da Igreja, que marca meio-dia. O relógio apita, avisando o
horário. Os capangas caminham com armas até Daniel e Sófia que também andam até
eles. CAM mostra seus pés caminhando. Sófia põe a mão na arma da cintura.
Música de Suspense.
Capanga 2 – São quatro aqui, dois aí.
Sabe fazer conta?
Daniel – Nunca fui bom em Matemática. Foi
você que matou a Anete?
Capanga 2 – E foi uma delícia!
Daniel saca a arma e dispara na cabeça do capanga. Que
cai no chão com sangue saindo de seu chão e ensangüentando o rosto. Os capangas
começam a atirar. Daniel e Sófia correm atirando, os capangas se escondem em
barríeis e atiram. Sófia vira-se e se assusta com outro capanga em sua
esquerda, rapidamente ela atira nele. Que cai. Daniel continua atirando, ele é
atingido na barriga. Daniel coloca sua mão lá. Porém, continua atirando. Ele
atinge um capanga. Daniel se esconde em um canto e rasga parte de sua camisa e
coloca sobre o ferimento. Ele levanta-se e pega sua arma, Daniel anda encostado
na parede atrás do capanga que continua atirando. Daniel vira-se e vê a sombra
do capanga dentro da enfermaria. Os capangas chegam por trás de Daniel, Sófia
faz sinal avisando e ele vira-se atirando nos dois. Que caem no chão.
CENA 10. SANTELMO. ENFERMARIA. DIA
Billy atira no peito do capanga.
Billy – Não leu a placa lá fora? Tá
fechado!
O capanga cai morto no chão.
CENA 11. CASSINO. JOGATINA. DIA
Um capanga está segurando Sófia pelo pescoço com uma
arma. Daniel entra.
Capanga – Se chegar perto eu mato
ela!
Daniel caminha pelo Cassino fazendo cara de dor e com a
mão no ferimento. Ele pega o capanga se surpresa e saca a arma, Sófia tapa os
olhos com a mão, ele atira no capanga que cai no chão. Ele atira mais uma vez.
Sófia abre os olhos aliviada.
CENA 12. SANTELMO. ESTRADA. PENHASCO. DIA
Soraya tira o binóculo dos olhos desapontada. Um capanga
chega correndo.
Capanga – Dona Soraya! Foge Dona
Soraya! Os que sobraram morreram e o resto fugiu.
Soraya – Como fugiu? Como fugiu? Eu
que pago o salário de todo mundo.
Romero – Você não entendeu, Soraya. O
Daniel ganhou o duelo. Vão mim atrás da gente! Ah meu Deus!
Daniel aparece de cavalo atirando pro alto.
Daniel – Eu quero ver todo mundo se
entregando!
Romero levanta as mãos pro alto. Soraya corre para a
carruagem.
Soraya – Vamos! Vamos! Pelo amor de
Deus!
Soraya vai embora de carruagem. Daniel se aproxima de
Romero.
Romero – Ainda bem que vocês
chegaram! Essa louca me manteve em cativeiro esse tempo todo. Vocês sabem que
eu to do lado da Sófia né? Eu sempre estive, desde pequenininho.
Daniel atira ao lado do pé de Romero. Que começa a pular
desesperado, Daniel continua atirando e dando gargalhadas.
CENA 13. fazenda de adma. sala. dia
Soraya está apontando uma arma pra cabeça de Baldoc.
Adma está desmaiada no sofá. Alice está no chão ao lado de Absurd. Bianca ao
lado de Soraya com Júnior. Sófia entra.
Soraya – Nem um passo e esse velho
morre! Deu tudo errado. Eu não tenho tempo pra vingança. Eu só quero o que tá
dentro do cofre! E só ele tem a chave.
Sófia – Porque tudo isso, Soraya? Por
quê? Porque matou tanta gente?
Soraya – Eu fui contratada! O seu pai
aqui, não gostou da chegada de Jesse e Anete na cidade, ele já tava todo certo
que iria ser a nova autoridade da cidade. E quando ele percebeu que elas eram
fajutas então...
flasback. delegacia. dia
Baldoc – Podem ir passando o certificado!
Jesse – Certificado, ah! Claro, o certificado. Anete passe o certificado.
Anete passa o certificado.
Anete – É que teve uma pequena confusão. O Escrivão tava bêbado e confundiu o nome dela e colocou Camilo.
Jesse – É, na verdade meu nome é Jesse e ele confundiu com Camilo.
FIM DO FLASBACK
Soraya – Eu trabalho de matar pessoas
há tempo e esse foi o trabalho mais difícil. Eu nem queria matar elas no
começo. Tentei que elas ficassem com medo que todos descobrissem tudo e saíssem
do cargo. Contratei a Bárbara pra fingir que era a mulher do Delegado. Só que
daí ela se virou contra há mim um tempo depois e me ameaçou. Daí eu tive que
matá-lá! Matei a Jesse. Matei a minha mãe porque ela exigiu que eu saísse desse
mundo, a gente ia fugir. Eu não tive escolha, ela ia me denunciar! No começo
ela já sabia de tudo. Aquilo de assaltar banco era só de fachada.
FLASHBAKC. FAZENDA DE IVO.
QUARTO SORAYA. DIA
Lina – Não
se faça de desentendida, Soraya
Soraya – Ta, Ta bom. Fui eu! Qual é o problema?
Lina – Qual é o problema? Como qual é o problema? Você assalta bancos e vem me perguntar qual é o problema. Não me diga que ainda anda andando com aquelas más companhias?
Soraya – Ta, Ta bom. Fui eu! Qual é o problema?
Lina – Qual é o problema? Como qual é o problema? Você assalta bancos e vem me perguntar qual é o problema. Não me diga que ainda anda andando com aquelas más companhias?
FIM DO FLASHBACK
Soraya – O Baldoc não gostou nada do
envolvimento da Sófia com o Daniel e eu tinha que matá-lo também. Só que daí
tudo que eu tentava dava errado até que o Baldoc me demitiu. Então eu me virei
contra eles e contra todos vocês. E continuei tentando matar a Anete e o Daniel
como antes. Anete morreu! Hoje eu posso dizer que conclui a missão.
CENA 14. FAZENDA DE ADMA. SALA. DIA
Sófia, Baldoc e Bianca estão amarrados numa cadeira.
Baldoc – Você devia ter deixado ela
me matar. Porque foi dá a senha do cofre?
Sófia – Pra quê? Mais uma culpa na
minhas costas?
Baldoc – Isso quer dizer que você me
perdoa? Eu me arrependi. Porque Adma já me perdoou. Até teu irmão já me
perdoou.
Sófia – Eu não tenho nada pra te
perdoar. Você é o que é, eu que não queria ver. Não importa o que você fez, vai
ser o meu pai até a gente morrer.
Baldoc – Eu te amo, filha.
Sófia – Eu sei.
Bianca – Olha, eu queria aproveitar o
momento pra dizer que eu me arrependo de tudo. Desculpa por ter pegado o seu
filho Sófia, na verdade foi a Soraya que pegou.
Daniel entra.
Sófia – Ah, graças a Deus!
CENA 15. FRENTE A MINA ABANDONADA. DIA
Soraya desce da carruagem com Paul Júnior na mão. Ela
olha para os lados e entra na Mina.
CENA 16. SANTELMO. MINA ABANDONADA. DIA
Daniel e Sófia entram armados. Soraya está com Paul
Júnior no colo.
Sófia – Larga o meu filho e a gente
te deixa sair viva!
Soraya – Eu não sou burra. Joguem as
armas no chão enquanto eu fujo com ele.
Sófia – Você não vai fugir com meu
filho!
Soraya – Ah não? Então ele vai
morrer.
Daniel – Joga a arma, Sófia. Você não
vai conseguir atingir ela, você é péssima em pontaria! Vive fazendo besteiras.
Igual atirar pra cima pra atingir a pedra (piscando).
Sófia – Magina que eu ia colocar meu
filho num perigo desses.
Daniel o braço de Soraya pra cima, que atira na pedra.
Soraya olha pra cima, Daniel puxa o bebê. Soraya põe as mãos em sua volta para
se proteger as pedras que caem. As pedras caem sob Soraya, Daniel protege Paul
Júnior no chão. Sófia tosse com a poeira. Ela vai até as pedras e vê o rosto de
Soraya em baixo das pedras, ela está morta com os olhos abertos e ferimentos na
testa. Sófia vai até Daniel.
Sófia – Ô meu filho... Papai te
protegeu?
Sófia pega Paul Júnior e sai feliz da vida. Daniel fica
deitado sujo de poeira no chão.
Daniel – Sófia... Sófia? Ah então é
assim né Abelha Rainha? O bebê tá salvo e eu que morra?
CENA 17. CASSINO. JOGATINA. TARDE
Daniel, Sófia, Alice e Baldoc numa mesa. Alice e Sófia
conversam abaixo enquanto Daniel conversa com Baldoc.
Alice – Eu tenho certeza, ele tem
outra! Não sei o que aconteceu. Ele te amava tanto.
Sófia – Nossa, será?
Alice – Toda vez ele fala que tem um
compromisso e tem que ir embora.
Daniel (levantando) – Ih! Pessoal! Eu
tenho um compromisso! Até mais!
Daniel sai.
Alice – Não disse.
Sófia – Eu vou seguir ele.
Sófia sai.
CENA 18. SANTELMO. ESTRADA. TARDE
Sófia segue Daniel que está numa carruagem há Frente.
CENA 19. FAZENDA DE BALDOC. QUARTO DE SÓFIA. TARDE
Daniel está sentado na cama. Sófia entra.
Sófia – Temos que tomar cuidado, a
Alice tá desconfiando!
Os dois se beijam. Música tema. Eles se jogam na cama.
CAM sobe.
CENA 20. PONTE. FRENTE AO MAR. TARDEZINHA
O sol
está se pondo. Elga chega por um lado e Billy pelo outro. Eles se cumprimentam.
Billy – Oi, tudo bem? Como cê tá?
Elga (abraçando Billy) – Tudo bom?
Billy – Tudo.
Elga – Cê vai pular?
Billy – Vou.
Elga – Cê quer pular primeiro?
Billy – Tanto faz.
Elga e
Billy soem encima da grade/ferro da ponte e se seguram em outro ferro encima.
Billy está com o pé amarrado numa pedra.
Billy – Cuidado pra não cair.
Elga – Tá. Alto né? Pra quê essa
pedra amarrada aí no seu pé?
Billy – É pra afundar.
Elga – Ahh, poxa! Você tem outra aí?
Billy – Não, só trouxe essa.
Elga – Eu devia ter comprado uma
também, vai ser ridículo né? Eu pular e ficar boiando igual um peixe podre.
Billy – Se você quiser eu posso
dividir a minha pedra com você, tem bastante corda. Daí a gente pula junto.
Elga – Ahh, você faria isso?
Billy
desce e amarra a corda no pé de Elga, logo depois ele sobe novamente.
Elga – Tá firme?
Billy – Tá! Se preocupa não, cê vai
morrer. Vamos?
Elga – Peraí, eu queria falar uma coisa
com você. É que eu fui tão grosseira naquele dia e agora você tá sendo tão
gentil dividindo a sua pedra comigo, desculpa tá?
Billy – Eu não devia ter tido ciúmes
de você, mais é que você é tão bonita.
Elga – Bonita nada. Tô ficando velha,
daqui a 10 anos eu faço 40. Se pular não né? (RISOS). Eu acho bom morrer jovem.
Billy – Posso pedir uma coisa? Um
último pedido. Eu queria pedir um beijo seu.
Elga – (RISOS) Você tem o direito de
pedir qualquer coisa e só pede um beijo meu? Eu te dou com o maior prazer.
Billy
se aproxima do rosto de Elga, e os dois se beijam. CAM mostra a perna de Billy
se movendo até perto de Elga, fazendo a pedra sair de cima da ponte e
despencar.
CÂMERA
LENTA: Billy e Elga se beijam enquanto despencam em direção ao mar.
Os dois
são jogados dentro do mar, a água se move pra cima com o peso dos dois.
CENA 21. SANTELMO. JORNAL DA CIDADE. DIA
Alice
está escrevendo numa máquina de escrever.
Alice – E o tempo passou... O duelo
do meio-dia virou vários livros e uma lenda. A vida de muita gente nada mudou.
CENA 22. CASSINO. JOGATINA. DIA
Todos
dançam alegres. Otávia está com roupas de rameira sentada numa mesa com outras
meninas. Há um cartaz na parede escrito “Sob Nova Direção”.
Alice (off) – O Cassino ganhou uma
nova dona... A mamãe.
Sunny
cospe a bebida pra fora.
Sunny – Esse vinho é falsificado!
Cacilda – É...? A sua nota de 50
também!
Alice (off) – Papai abriu uma loja de
invenções na cidade que foi um sucesso. Ele desistiu da idéia de criar uma
máquina que voa.
As
Naides entram cercadas de crianças. Sófia corre até elas e pega Paul Júnior,
que está mais grande.
Denaide – Sua filha adora de brincar
de bandida com os nossos filhotes.
Sófia – Ai, ai.
Henaide – Brother Jesse! Assim eu não
dá, não tá vendo que eu to me maquiando? Tá olhando o que, quê que foi?
Sófia – Nada não. Tem gosto pra tudo.
Denaide – Todo homem devia usar saia
viu?
Henaide – É, pessoal! Vamos aderir a
essa moda. Estamos em pleno século 19, tá legal? É muito mais confortável. Fica
tudo solto.
Alice (off) – A rivalidade dos
Baldoc’s com os Lain’s acabou com o casamento da vovô com o Baldoc. Eu também
me casei com o Breno. A gente vive na fazenda dele. Que ficou bem mais pequena
depois que ele devolveu as terras que roubou.
CENA 23. brasil. fazenda de barão de araruna. jardim. noite
Alice (off) – A Bezerra sofreu anos
na fazenda do Barão, até uma bela noite onde o Mascarado apareceu e a resgatou.
Sinhá
Moça ajuda Bezerra descer pela janela. Ela desce e se joga no cavalo do
mascarado, que cavalga indo embora.
Bezerra (emocionada) – Liberdade!
Agora eu sou uma muié livre.
CENA 24. SACRAMENTO. RUA. CIDADE. DIA
Alice (off) – Bianca foi pra outra
cidade com Dorothy e Veridiana.
Bianca,
Veridiana e Dorothy andam pela cidade. Todos olham curiosos.
Alice (off) – Ela não voltou a fazer
maldades. Pelo menos até conhecer um rico fazendeiro da região.
CENA 25. FAZENDA DE EDUARDO. ESCRITÓRIO DE EDUARDO. DIA
Eduardo – Porque você saiu de
Santelmo?
Romero – Ah, você sabe. Cidade
pequena, chata! Trabalhei por alguns meses na fazenda do Baldoc. Eu pedi que
pedi demissão! Eles me adoraram.
Eduardo – Contratado, Romeio!
Romero – Romeeeeeeiro...
CENA 26. santelmo. cidade. rua. dia
Alice (off) – E Daniel e Sófia
voltaram, foram morar em Santelmo.
Vovô Baldoc ficou como Delegado.
Paul
Júnior está dentro da carruagem. Sófia está ao lado apressada.
Sófia – Vem logo, Daniel!
Daniel
vai até Sófia. Eles sobem na carruagem. Que vai embora. CAM sobe mostrando toda
a cidade. Ela desce novamente, mostrando uma placa escrito “FIM”.
FIM
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