DELEGACIA. TARDE
Bianca entra.
Bianca – Foram embora!
Jesse – Nossa, o que você fez pra eles irem embora assim de repente? E porque você ta molhada desse jeito?
Bianca – Eu dei meu jeito. Começou a chover lá fora, ta um deserto! Os apaches ficaram com o rabo todo molhado e resolveram ir embora.
Os contratos de Anete entram com Daniel, ainda ferido, na Delegacia.
Anete – Acharam o fugitivo? Ótimo trabalho rapazes. Irei comunicar ao Baldoc.
Anete algema Daniel. Jesse começa a reparar nos homens que trouxeram Daniel.
Jesse – Vem cá, vocês não eram aqueles bandidos que estavam presos aqui que sumiram?
Os homens saem correndo.
Anete – Não esperaram nem o pagamento. Que estranho.
Jesse – Mas eles não eram os bandidos que sumiram daqui do nada? Lembro até que você queria levá-los pro banho de sol
Anete – Magina que eu ia deixar um bandido escapar, eu não sei de nada.
FAZENDA DE BALDOC. QUARTO DE SÓFIA. TARDE
Bell – Os apaches atiraram nela Bezerra. O Que tem que fazer? Tem veneno.
Bezerra – Calma, eu sei a receita pra acabar com o veneno. É simples.
Bell – Então fala logo
Sófia – Eu to com frio
Bell – O veneno ta se espalhando, o sangue dela ta começando a ficar a congelar.
Bezerra – Pra fazer o remédio eu preciso de um Ovo de Avestruz e flores.
Bell – Bezerra você falou que era simples, onde eu vou arrumar um ovo de avestruz?
Bezerra – Na aldeia dos apaches e tem que ir rápido antes que ela acabe dormindo. Ela não pode dormir de jeito algum com o veneno no sangue.
Bell – Ta de brincadeira?
DELEGACIA. CELA. NOITE
Daniel está com um curativo onde foi atingido pela bala, Baldoc o puxa pelo cabelo para trás.
Baldoc – Olha aqui rapazinho, essa é a última chance de você dizer onde está o meu dinheiro. Ao contrário terei que mandá-lo pra forca.
Daniel – Eu já disse que não sei!
Baldoc – Já que você pediu, Anete leve ele até lá fora e prepare a forca.
Anete – Ok!
Baldoc sai, Anete tira a algema de Daniel para levá-lo. Daniel. Daniel a surpreende e dá um soco nela, que cai dura no chão.
FRENTE À DELEGACIA. NOITE
Baldoc está à espera de Daniel, várias pessoas estão à frente da Delegacia esperando. A Forca já está montada.
Baldoc – Mas que demora é essa?
Anete aparece com o olho inchado.
Anete – O Marginal fugiu! E ainda me agrediu
Baldoc – O Que? Essa assistentizinha de Delegada deixou ele fugir? Olha aqui sua sapatona
Anete – Sapatona? Eu?
Baldoc – Não, a Dolores. Vaca lá da fazenda!
Anete – Ah, bom. Tem que respeitar a autoridade.
FAZENDA DE ADMA. QUARTO DE CACILDA. NOITE
Absurd entra.
Cacilda – Absurd, conseguiu colocar a máquina pra voar?
Absurd – Não, ainda. Voar não voa mas vai voar. Mas podemos colocar outra máquina pra voar? Que tal?
Cacilda – Ai Absurd, você só pensa em sexo.
Absurd – Eu preferia fazer do que pensar, mas... Vem cá, há quanto tempo não prevaricamos? Perdi a conta!
Cacilda – Como perdeu a conta? A gente prevaricou em 1859 quando procriamos a Alice esqueceu?
Absurd – Ela tem 21 anos
Cacilda – Nossa, como o tempo passa rápido né?
FAZENDA DE BALDOC. QUARTO DE SÓFIA. NOITE
Bell – Pronto, Bezerra! Agora faz o remédio. Meu deus, ela dormiu!
Bezerra – Calma, eu iria fazer o mas rápido possível!
Bell – Ela ta gelada, vai logo.
DELEGACIA. CELA. NOITE
Jesse – Um homem foi morto pelos apaches tentando fugir pela floresta. É muito parecido com ele.
Baldoc – É bom que assim eu nem preciso fazer o serviço.
Jesse – Anete!
Anete abre o zíper da “sacola” onde está o corpo de um homem que não dá pra ver o rosto, por está toda embaçada, aranhada por unhas e cheia de sangue. Com os mesmos trajes de Daniel. Todos ficam chocados.
DELEGACIA. CELA. NOITE
Médico – Reconhecimento dental
Bianca e Veridiana – Hãããn?
Médico – É uma forma de reconhecer a identidade da pessoa.
Bianca e Veridiana – Ahhhh!
Bianca – Uma das formas, Doutor! Todo mundo sabe que existe outras maneiras. E pra quê ficar vendo dente? Já morreu mesmo.
Médico – Mas é pra saber se ele é ele
Baldoc – E ele não ia ser ele?
Veridiana – Claro que é ele.
Bianca – Ué, Claro que ele é ele. Olha só tem uma coisa mais objetiva e saliente pra se olhar. Olha só
Bianca levanta o coberto do corpo, olhando as partes íntimas do morto.
Bianca – É ele!
Anete – Cow-boy quem diria hein
Bianca – Olhando nesse ponto de vista eu pensava que era um indivíduo brindado com muita fartura né
Veridiana – É verdade, eu não esperava essa decepção. Será que é coisa que dá em gente morta? Encolhe.
Bianca – É, pode ser. Pode ser.
Médico – Não é nada disso, eu quero saber se ele é ele. Não se ele é ela.
Bianca e Veridiana – Ahhhh
SANTELMO. CURRAL “OK”. DIA
Daniel – Muito obrigado!
Anete – Mas aquele soco doeu hein.
Daniel – Ah Desculpa, bati muito forte?
Anete – O Que você passou na cara hein?
Daniel – Tomara estragado e uma maquiagem pra clarear a pele.
Anete – Levei um susto quando vi. Agora você terá que se esconder, se o Baldoc descobre que eu to te acobertando. Estou frita!
Daniel – Fique tranqüila!
CASSINO. DIA
O Estabelecimento está vazio, Bianca está sentada numa mesa fazendo cálculos. Suas meninas estão sentadas por ali desanimadas. Bianca levanta.
Bianca – Oh... My... God!
Dorothy – Você não falou que essa Santelmo era uma mina de ouro? Cliente nunca tem né?
Elga – Falei pra gente ficar mais um tempo na França
Bianca – Eu não consigo ficar parada por muito tempo no mesmo lugar. Eu não sou planta, pra criar raiz.
Um homem vai entrando, elas se ajeitam e fazem pose. Ele fala com um sotaque de caipira.
Homem – Tarde
Bianca – Tarde
Homem – Aqui é o 27?
Bianca – Você viu a placa lá na porta? Tem um dois?
Homem – Não.
Bianca – Tem um sete?
Homem – Também não.
Bianca empurra o homem que sai correndo.
Bianca – Então vá pro diabo que te carregue! Sai daqui!
Uma criança tímida entra.
Criança – É aqui que mora a Bianca Viegas?
Bianca – É, é aqui que mora a Bianca Viegas. Mas eu acho melhor você ir comprar brinquedo lá na frente na mercearia, aqui é brinquedo pra gente grande, ta bom? Tchau
A Criança sai.
Elga – Ô Bianca perdemos cliente!
Bianca – A gente ta precisando de dinheiro, mas eu não quero arder nas chamas do inferno também né.
FAZENDA DE ADMA. SALA. DIA
Daniel entra.
Adma – Daniel!
Adma abraça Daniel.
Adma – Quanto tempo meu filho.
Daniel – Também tava morrendo de saudades mãe
Adma – Engraçado, não era pra você ter chegado há alguns dias?
Daniel – Isso é uma longa história!
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