sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Amor Blue - Capítulo 05

DELEGACIA. TARDE


Bianca entra.


Bianca – Foram embora!
Jesse – Nossa, o que você fez pra eles irem embora assim de repente? E porque você ta molhada desse jeito?
Bianca – Eu dei meu jeito. Começou a chover lá fora, ta um deserto! Os apaches ficaram com o rabo todo molhado e resolveram ir embora.

Os contratos de Anete entram com Daniel, ainda ferido, na Delegacia.

Anete – Acharam o fugitivo? Ótimo trabalho rapazes. Irei comunicar ao Baldoc.
Anete algema Daniel. Jesse começa a reparar nos homens que trouxeram Daniel.
Jesse – Vem cá, vocês não eram aqueles bandidos que estavam presos aqui que sumiram?

Os homens saem correndo.

Anete – Não esperaram nem o pagamento. Que estranho. 
Jesse – Mas eles não eram os bandidos que sumiram daqui do nada? Lembro até que você queria levá-los pro banho de sol
Anete – Magina que eu ia deixar um bandido escapar, eu não sei de nada.


FAZENDA DE BALDOC. QUARTO DE SÓFIA. TARDE

Bell – Os apaches atiraram nela Bezerra. O Que tem que fazer? Tem veneno.
Bezerra – Calma, eu sei a receita pra acabar com o veneno. É simples. 
Bell – Então fala logo
Sófia – Eu to com frio
Bell – O veneno ta se espalhando, o sangue dela ta começando a ficar a congelar. 
Bezerra – Pra fazer o remédio eu preciso de um Ovo de Avestruz e flores. 
Bell – Bezerra você falou que era simples, onde eu vou arrumar um ovo de avestruz?
Bezerra – Na aldeia dos apaches e tem que ir rápido antes que ela acabe dormindo. Ela não pode dormir de jeito algum com o veneno no sangue. 
Bell – Ta de brincadeira?

                                            
DELEGACIA. CELA. NOITE

Daniel está com um curativo onde foi atingido pela bala, Baldoc o puxa pelo cabelo para trás.


Baldoc – Olha aqui rapazinho, essa é a última chance de você dizer onde está o meu dinheiro. Ao contrário terei que mandá-lo pra forca. 
Daniel – Eu já disse que não sei!
Baldoc – Já que você pediu, Anete leve ele até lá fora e prepare a forca.
Anete – Ok! 

Baldoc sai, Anete tira a algema de Daniel para levá-lo. Daniel. Daniel a surpreende e dá um soco nela, que cai dura no chão.


FRENTE À DELEGACIA. NOITE

Baldoc está à espera de Daniel, várias pessoas estão à frente da Delegacia esperando. A Forca já está montada.


Baldoc – Mas que demora é essa?

Anete aparece com o olho inchado. 

Anete – O Marginal fugiu! E ainda me agrediu 
Baldoc – O Que? Essa assistentizinha de Delegada deixou ele fugir? Olha aqui sua sapatona
Anete – Sapatona? Eu?
Baldoc – Não, a Dolores. Vaca lá da fazenda! 
Anete – Ah, bom. Tem que respeitar a autoridade.


FAZENDA DE ADMA. QUARTO DE CACILDA. NOITE

Absurd entra.


Cacilda – Absurd, conseguiu colocar a máquina pra voar?
Absurd – Não, ainda. Voar não voa mas vai voar. Mas podemos colocar outra máquina pra voar? Que tal?
Cacilda – Ai Absurd, você só pensa em sexo.
Absurd – Eu preferia fazer do que pensar, mas... Vem cá, há quanto tempo não prevaricamos? Perdi a conta!
Cacilda – Como perdeu a conta? A gente prevaricou em 1859 quando procriamos a Alice esqueceu? 
Absurd – Ela tem 21 anos
Cacilda – Nossa, como o tempo passa rápido né?


FAZENDA DE BALDOC. QUARTO DE SÓFIA. NOITE

Bell – Pronto, Bezerra! Agora faz o remédio. Meu deus, ela dormiu! 
Bezerra – Calma, eu iria fazer o mas rápido possível! 
Bell – Ela ta gelada, vai logo.


DELEGACIA. CELA. NOITE

Jesse – Um homem foi morto pelos apaches tentando fugir pela floresta. É muito parecido com ele.
Baldoc – É bom que assim eu nem preciso fazer o serviço.
Jesse – Anete!

Anete abre o zíper da “sacola” onde está o corpo de um homem que não dá pra ver o rosto, por está toda embaçada, aranhada por unhas e cheia de sangue. Com os mesmos trajes de Daniel. Todos ficam chocados.


DELEGACIA. CELA. NOITE


Médico – Reconhecimento dental
Bianca e Veridiana – Hãããn? 
Médico – É uma forma de reconhecer a identidade da pessoa. 
Bianca e Veridiana – Ahhhh! 
Bianca – Uma das formas, Doutor! Todo mundo sabe que existe outras maneiras. E pra quê ficar vendo dente? Já morreu mesmo. 
Médico – Mas é pra saber se ele é ele 
Baldoc – E ele não ia ser ele?
Veridiana – Claro que é ele. 
Bianca – Ué, Claro que ele é ele. Olha só tem uma coisa mais objetiva e saliente pra se olhar. Olha só

Bianca levanta o coberto do corpo, olhando as partes íntimas do morto. 

Bianca – É ele! 
Anete – Cow-boy quem diria hein 
Bianca – Olhando nesse ponto de vista eu pensava que era um indivíduo brindado com muita fartura né 
Veridiana – É verdade, eu não esperava essa decepção. Será que é coisa que dá em gente morta? Encolhe. 
Bianca – É, pode ser. Pode ser. 
Médico – Não é nada disso, eu quero saber se ele é ele. Não se ele é ela. 
Bianca e Veridiana – Ahhhh


SANTELMO. CURRAL “OK”. DIA


Daniel – Muito obrigado!
Anete – Mas aquele soco doeu hein. 
Daniel – Ah Desculpa, bati muito forte?
Anete – O Que você passou na cara hein?
Daniel – Tomara estragado e uma maquiagem pra clarear a pele. 
Anete – Levei um susto quando vi. Agora você terá que se esconder, se o Baldoc descobre que eu to te acobertando. Estou frita!
Daniel – Fique tranqüila!


CASSINO. DIA 


O Estabelecimento está vazio, Bianca está sentada numa mesa fazendo cálculos. Suas meninas estão sentadas por ali desanimadas. Bianca levanta.


Bianca – Oh... My... God! 
Dorothy – Você não falou que essa Santelmo era uma mina de ouro? Cliente nunca tem né? 
Elga – Falei pra gente ficar mais um tempo na França 
Bianca – Eu não consigo ficar parada por muito tempo no mesmo lugar. Eu não sou planta, pra criar raiz. 

Um homem vai entrando, elas se ajeitam e fazem pose. Ele fala com um sotaque de caipira. 

Homem – Tarde 
Bianca – Tarde 
Homem – Aqui é o 27?
Bianca – Você viu a placa lá na porta? Tem um dois? 
Homem – Não. 
Bianca – Tem um sete?
Homem – Também não. 

Bianca empurra o homem que sai correndo. 

Bianca – Então vá pro diabo que te carregue! Sai daqui! 

Uma criança tímida entra. 

Criança – É aqui que mora a Bianca Viegas? 
Bianca – É, é aqui que mora a Bianca Viegas. Mas eu acho melhor você ir comprar brinquedo lá na frente na mercearia, aqui é brinquedo pra gente grande, ta bom? Tchau

A Criança sai. 

Elga – Ô Bianca perdemos cliente! 
Bianca – A gente ta precisando de dinheiro, mas eu não quero arder nas chamas do inferno também né.


FAZENDA DE ADMA. SALA. DIA
Daniel entra.
Adma – Daniel!

Adma abraça Daniel. 

Adma – Quanto tempo meu filho.
Daniel – Também tava morrendo de saudades mãe
Adma – Engraçado, não era pra você ter chegado há alguns dias?
Daniel – Isso é uma longa história!

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