segunda-feira, 19 de março de 2012

Medo da Verdade - Capítulo 21 - Desculpas



Com todo o seu excesso de simpatia, ela me ajudou a chegar ao refeitório, meu humor estava incrivelmente ótimo, por isso resolvi me sentar na mesma mesa que Max.
- Olá meninas. – Cumprimentei as senhoras com a voz incrivelmente nas nuvens. – Olá Max!
- Olá. – Responderam em uníssono.
- Qual será a história de hoje? – Perguntei animada.
- Max se sente um pouco indisposto hoje. – Uma senhora respondeu.
- Entendo, é o cansaço de uma vida.
- Você está muito feliz hoje? – Lourdes, uma senhora de cabelos branco-prateados e bem penteados, disse.
- Sim, sim. Hoje eu acordei leve como uma pluma. Esta noite é o aniversário do meu filho Nicolas. Vou ao salão de beleza esta tarde, pois à noite haverá um jantar na casa dele.
- Oh. Mande meus cumprimentos a ele. – Ela falou excitada.
- Mandarei sim. – Falei e sorri, esbanjando simpatia.
O meu dia passou tranquilamente. Eu li, fui ao salão, fiz massagem, mão, pé, cabelo e maquiagem. Você deve estar imaginando por que eu estou me arrumando tanto. Por dois motivos, eu sempre fui muito vaidosa, é que chega certa idade que a vaidade em excesso assume um resultado oposto e o segundo motivo é que meu filho, o Nicolas, é vice-presidente de uma famosa Metalúrgica e isso exigiu um jantar de gala. Isso mesmo. Um jantar de gala, vestidos longos, smokings e canapés.
Quando era 19h00 minha filha Helena veio me pegar juntamente com seu marido Marcos e meu netinho querido Joaquim.
- Mamãe, - a voz de Helena era saudosa – como você está deslumbrante.
- Oh, - fiz um tom de indignação – eu não atraio mais olhares masculinos, minha querida.
- Atrai sim, - disse Marcos – se eu não tivesse me casado com sua filha, a senhora seria meu Oasis.
- Marcos, - olhei-o alegre. – sempre simpático. Só tem um defeito.
- E qual é? – Ele quis saber.
- Ainda não aprendeu a me chamar de você. – Respondi e nós três desatamos a rir.
Olhei para Joaquim, um menino de três anos, cabelos castanhos iguais aos do pai, olhos claros como os meus, de pele branca e bochechas rosadas.
- E como vai o meu neto querido? – Chamei sua atenção com aquela voz que todos fazemos quando falamos com um bebê.
- Bem vovó. – Respondeu muito fofo e correu para me abraçar.
- Pena que eu não posso me abaixar e te dar um abraço. - Lamentei.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

sem palavrões, por favor!