- Mamãe?! – Nicolas chamou minha
atenção movimentando suas mãos defronte ao meu rosto como se eu estivesse em
transe.
- Olá Nick! – Despertei.
- Parecia que sua mente havia se
desligado do seu corpo, foi muito estranho. – Comentou.
- Eu apenas lembrei alguns
acontecimentos. – Expliquei.
- Venha, eu preciso lhe
apresentar a um cliente. – Me puxou. – Ali está o filho dele.
- Onde? – Perguntei.
- Bem a nossa frente. – Ele
respondeu apontando com a cabeça para um rapaz mais ou menos da idade de ela,
32 anos.
- Ah, - falei – é aquele rapaz de
gravata vermelha?
- Sim. – Afirmou.
Nick continuou me conduzindo ao
rapaz de feições jovens, smoking e gravata vermelha.
- Olá, Theodoro. – Nicolas
cumprimentou-o.
- Nicolas, meus parabéns! –
Theodoro parabenizou à Nick e em seguida acrescentou – Me chame de Théo, por
favor.
- Então me chame de Nick. –
Nicolas propôs.
- O.k. – Aceitou. – Não vai me
apresentar esta bela dama?
- Ela não é pro teu bico. –
Caçoou. – Esta é Estela a minha mãe.
- Muito prazer, Theodoro. –
Apresentou-se.
- Estela, o prazer é todo meu. –
Estendi minha mão para que pudesse ser beijada e assim ele fez.
- Théo, onde está seu pai? Eu
queria apresentar a minha mãe a ele. – Nick perguntou.
- Você sabe que meu pai é
inquieto, deve estar rondando por aí. – Théo respondeu.
- Vocês vão voltar quando para
Petrolina? – Nick quis saber.
- Amanhã mesmo. – Theodoro
respondeu sem hesitar.
- Desculpa - Interrompi – mas que
cidade é essa, Petrolina?
- É uma cidade no vale do São
Francisco, fica perto da fronteira com a Bahia, hoje, tem uma importante
agricultura irrigada para a região e é com isso que eu trabalho: irrigação. -
Théo respondeu.
- Que interessante. – Comentei. –
Se eu não passasse o meu dia em um asilo, talvez eu tivesse conhecido esta
linda cidade.
- Mamãe, - Nicolas advertiu – não
é um asilo. É um lar para idosos.
- Lar? – Debochei. – Lá a gente
mal se conhece.
- Desculpa Theodoro, - Nicolas se
apressou – é que a alguns anos, mamãe teve um câncer linfático e nem eu , nem
minha irmã tivemos tempo de cuidar dela.
- E o seu pai? – Desta vez Théo
quis saber.
- Ele foi assassinado há vinte
anos. – Respondi secamente.
- Minhas condolências. – Théo
disse com a voz baixa.
- Nick, meu bem. Eu gostaria de
sentar. – Eu avisei. – Se importa Theodoro?
- Não, não. – Théo pronunciou
meneando a cabeça negativamente.
Nick me conduziu à mesa onde
Helena, Marcos, Joaquim e Renato - o sogro de Helena - estavam.
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