sexta-feira, 23 de março de 2012

Medo da Verdade - Capítulo 25 - Theodoro




- Mamãe?! – Nicolas chamou minha atenção movimentando suas mãos defronte ao meu rosto como se eu estivesse em transe.
- Olá Nick! – Despertei.
- Parecia que sua mente havia se desligado do seu corpo, foi muito estranho. – Comentou.
- Eu apenas lembrei alguns acontecimentos. – Expliquei.
- Venha, eu preciso lhe apresentar a um cliente. – Me puxou. – Ali está o filho dele.
- Onde? – Perguntei.
- Bem a nossa frente. – Ele respondeu apontando com a cabeça para um rapaz mais ou menos da idade de ela, 32 anos.
- Ah, - falei – é aquele rapaz de gravata vermelha?
- Sim. – Afirmou.
Nick continuou me conduzindo ao rapaz de feições jovens, smoking e gravata vermelha.
- Olá, Theodoro. – Nicolas cumprimentou-o.
- Nicolas, meus parabéns! – Theodoro parabenizou à Nick e em seguida acrescentou – Me chame de Théo, por favor.
- Então me chame de Nick. – Nicolas propôs.
- O.k. – Aceitou. – Não vai me apresentar esta bela dama?
- Ela não é pro teu bico. – Caçoou. – Esta é Estela a minha mãe.
- Muito prazer, Theodoro. – Apresentou-se.
- Estela, o prazer é todo meu. – Estendi minha mão para que pudesse ser beijada e assim ele fez.
- Théo, onde está seu pai? Eu queria apresentar a minha mãe a ele. – Nick perguntou.
- Você sabe que meu pai é inquieto, deve estar rondando por aí. – Théo respondeu.
- Vocês vão voltar quando para Petrolina? – Nick quis saber.
- Amanhã mesmo. – Theodoro respondeu sem hesitar.
- Desculpa - Interrompi – mas que cidade é essa, Petrolina?
- É uma cidade no vale do São Francisco, fica perto da fronteira com a Bahia, hoje, tem uma importante agricultura irrigada para a região e é com isso que eu trabalho: irrigação. - Théo respondeu.
- Que interessante. – Comentei. – Se eu não passasse o meu dia em um asilo, talvez eu tivesse conhecido esta linda cidade.
- Mamãe, - Nicolas advertiu – não é um asilo. É um lar para idosos.
- Lar? – Debochei. – Lá a gente mal se conhece.
- Desculpa Theodoro, - Nicolas se apressou – é que a alguns anos, mamãe teve um câncer linfático e nem eu , nem minha irmã tivemos tempo de cuidar dela.
- E o seu pai? – Desta vez Théo quis saber.
- Ele foi assassinado há vinte anos. – Respondi secamente.
- Minhas condolências. – Théo disse com a voz baixa.
- Nick, meu bem. Eu gostaria de sentar. – Eu avisei. – Se importa Theodoro?
- Não, não. – Théo pronunciou meneando a cabeça negativamente.
Nick me conduziu à mesa onde Helena, Marcos, Joaquim e Renato - o sogro de Helena - estavam.

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