quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Medo da Verdade - Capítulo 4 - Romano



Romano era um dos poucos homens que tinha um avião. Ele era muito rico, tinha vários esquemas de tráfico de drogas e armas, eu soube que ele forneceu armas para a segunda guerra mundial. Eram poucos os que se colocavam em seu caminho, e depois de feito, não viveriam para contar história. Seu esquema já tem 30 anos. Estamos em 1956, no meio do século 20 e a policia nem sonha quem está por trás de todas aquelas mortes. Abri meu escritório, olhei para o meu mural de jornais. Li algumas manchetes:

HOMEM É MORTO MISTERIOSAMENTE.
EX-PRESIDIARIO MORRE APÓS UMA RELAÇÃO SEXUAL.
MORTES MISTERIOSAS. QUEM SERÁ O ASSASSINO?

Eu tinha diversas armas, conjuntos de facas e outros armamentos, mas eu matava minhas vítimas com uma injeção de veneno de cobra. Meu estoque era ótimo. Eu tinha até alguns venenos de aracnídeos, caso o das cobras acabasse. Assim eu não deixava rastros. As seringas usadas eu queimava e pronto. Sem pistas.
Depois de ter arrumado minhas coisas peguei o meu carro, uma raridade, e fui para o lugar onde os aviões do Romano decolavam. O lugar ficava a 45 minutos da cidade. Por isso eu tinha que partir com antecedência. Estava grogue de sono, temia não ter tempo para dormir.
Cheguei ao campo de aviação na hora prevista, fiz o máximo de esforço que podia para não dormir e funcionou, porém agora estou cambaleando. Encontrei o piloto abastecendo o avião, cumprimentei-o com um ligeiro aceno. Um homem saiu da parte coberta do campo. Era Romano.
- Veio rápido, - disse. – Estela.
- Foi para não correr o risco de dormir. – Esclareci.
- Eu entendo, - iniciou – e peço desculpas por te perturbar, mas é que esse homem foi uma pedra muito grande no meu sapato e ele está protegido pelo governo. Não posso arriscar que eles descubram que eu consegui localizá-lo.
- Não precisa se desculpar. – falei e bocejei. – É o meu trabalho e, modesta parte, eu o faço muito bem.
- E, modesta parte, eu o pago muito bem. – Ironizou.
- Você é muito divertido Romano, - elogiei – se não tivesse nascido para comandar, seria um ótimo autor de charges.
Nós rimos. O piloto então anunciou:
- Já abasteci. O avião está pronto para decolar.
- Então, tchau. – me despedi.
- Te vejo em três dias? – Perguntou.
- Até lá. – Disse já no último degrau da pequena escada que levava para o avião.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

sem palavrões, por favor!