Fiquei na sala de espera até as
sete horas da manhã. Sem pregar os olhos. Até que uma enfermeira veio até mim.
- Olá. – Cumprimentou-me – A
senhora é Patrícia Rangel?
- Sim. – Respondi desesperada
para ter noticias do Marcio.
- Posso saber qual o seu grau de
parentesco com o enfermo?
- Sim, eu sou irmã. – Menti.
- Por favor, me acompanhe.
Eu a segui por um extenso
corredor. Ela me levou a sala de um médico, o Dr. Juarez Carvalho.
- Entre, por favor. – A
enfermeira me convidou.
- Olá. – O Dr. Juarez me
cumprimentou.
- Olá. – Minha voz estava
tremula.
- Sente-se. – Ordenou e assim
fiz.
- Senhora Rangel...
- Senhorita. – Interrompi.
- Srtª Rangel, eu a convoquei por
que quero lhe apresentar o quadro do seu irmão.
- O.k
- Bom, eu ainda não falei a ele
qual foi o motivo da sua hospitalização por que ele está de repouso, mas eu
quero que saiba o que se passa.
- O.k.
- Ele foi picado por uma cobra,
uma cobra-coral. Por sorte nós temos soro antiofídico aqui no hospital.
- Ele vai ficar bem?
- Sim. Neste momento ele está
tomando o soro enquanto repousa.
- Eu posso ir vê-lo?
- Não, o horário de visita é
daqui a três horas.
- Então eu vou tomar café da
manhã em qualquer lanchonete e volto.
- Eu vou avaliá-lo no horário de
visitas.
- Então eu o verei lá.
- Até mais.
Saí do hospital ainda atordoada,
com os pensamentos confusos, minha mente havia ficada incoerente e sem coesão,
tudo o que me vinha era: Picada de
cobra... Soro antiofídico... Susto... Humpft...
Dirigi-me a um pequeno café cujo
nome era Breakfast, em português,
café da manhã. Embora alguns jovens pensem que o inglês só se consolidou em
nomes de lojas nos anos 80, estão intensamente errados.
Pedi um cappuccino e um pão de
queijo, assim que terminei de comer fui ao hospital. 08h50min. O tempo parecia
não passar, peguei o meu livro “A Megera Domada” e li apenas um parágrafo, pois
tive quer relê-lo mais de cinco vezes para assimilar o que se passava. 9h em
ponto. Olhei o relógio de parede do hospital e fui disparada para a recepção.
Ação e reação.
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