Uma semana depois do pedido nós
fomos a Roma. Eu já havia ido lá a um ano e meio atrás, porém estava sozinha e
ter Romano acordando todos os dias ao meu lado distancia a depressão.
Casamos-nos pouco depois de
termos chegado, foi apenas no civil, pois Romano não era religioso e eu
desobedeci a quase todos os dez mandamentos da Lei de Deus. A cerimônia foi
simples, só haviam comparecido os noivos e os padrinhos.
A noite de núpcias ocorreu em
Viena, a lua brilhava intensamente no céu italiano, Romano embora mais velho
que eu dez anos, satisfazia-me, no entanto o que senti por ele nunca deixou de
ser carnal, nunca.
Dois anos depois Nicolas nasceu,
trouxe-nos alegria e graças a ele nós, eu e Augusto – Romano – deixamos a vida
do crime, depois de que briguei muito eu consegui convencê-lo que nenhuma
criança merece ter pais na vida do crime.
- Augusto, - iniciei quando fui
dar a ele a grande noticia – preciso lhe falar algo muito serio. Algo que terá
de mudar o rumo da nossa vida.
- Fale. – disse. – Agora você me
deixou curioso!
- Eu estou grávida. – Soltei.
Um sorriso nasceu de sua face
antes que pudesse falar qualquer coisa.
- Isso é ótimo! – Explodiu. – Mas
por que isso mudará o rumo da nossa vida?
- Por que nenhuma criança merece
ter uma mãe assina e um pai mafioso. – Respondi.
- Mas isso é como pedir a um
pássaro para deixar de voar. – Comparou e eu vi em seus olhos que toda alegria
que soltou quando soube que seria pai se esvaiu como se uma brisa houvesse
passado e levado consigo aquela emoção.
- Romano, por favor. A nossa vida
está estável, sua conta bancária está bem gorda. Faça investimentos, eles estão
em alta. Mas a segurança do nosso filho é que deve estar em primeiro plano,
você tem muitos inimigos e eu também já fiz os meus. Temos que prezar a
segurança dele e dos outros que virão. – Minha voz saia muito rápida e eu não
sei se ele pode depreender tudo o que eu disse.
- Pensando por este lado... – Ele
iniciou o que seria uma longa reflexão, que talvez o levasse a repensar sobre
toda a sua vida.
- Augusto, eu não pedi. Eu não
lhe dei duas opções. Eu tomei essa decisão por mim e por você. – Minha voz de
repente mudou para um tom seguro e autoritário exatamente como o de Romano.
- Estela, minha querida. Você
sabe que eu não recebo ordens. – Esclareceu.
- E você, Romano, é bem capaz de
entender que eu não dei uma ordem. Eu tomei uma decisão! – Meu tom estava cada
vez mais seguro e eu tinha a certeza de ele nos levaria a uma discussão.
- Esse tom não faz seu gênero
Estela. Você é a mulher meiga por quem eu me apaixonei. – Augusto tentou me
tranqüilizar com uma voz pacifista.
- Você não me conhece mais. Agora
eu sou mãe, sou uma leoa selvagem. – Deixei bem claro. – Definitivamente eu
nunca mais estarei sozinha.
- Então está bem! – Encerrou. –
Eu vou me desfazer dos meus negócios e nós vamos ser uma família comum.
- Era justamente isso que eu
queria ouvir. – Desafiei.
- Pois já ouviu. Assunto
encerrado. – Concluiu.
No fundo eu sabia que o assunto
não estava encerrado e que ele queria me enrolar, porém eu não era uma besta e
acompanhei o encerramento de tudo. Os esquemas foram acabando, os funcionários
dispensados, os vagões foram vendidos e quase seis meses depois daquela
conversar eu pude ver que Romano não fazia mais parte daquela realidade.
Dois meses depois do fechamento
dos negócios, Nicolas nasceu. Lindo. Olhos azuis, pele branca e cabelos negros.
Se parecia muito com Romanos.
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