quinta-feira, 8 de março de 2012

Amor Blue - Capítulo 38 [ Penúltimo Capítulo ]


CENA 1. SANTELMO. MINA ABANDONADA. DIA
                                    
Frank saca sua arma e aponta para Daniel. CAM mostra os dois se encarando. Frank movimente seu dedo para apertar no gatilho. Ouvi-se um tiro. Daniel fecha os olhos e bota as mãos no peito procurando onde foi atingido, ele abre os olhos e vê Frank caindo morto em sua frente e Sófia atrás dele com uma arma apontada.
                
Soraya – Ahhh, o quê que você fez!

Sófia aponta a arma pra Soraya.

Sófia – Me devolve o Paul Júnior! Não se atreva a pegar sua arma senão eu atiro.

Soraya – Oh! Francamente, larga essa arma!

Sófia – Ou você me devolve por bem ou por mal.

Soraya – Até parece que eu vou ter medo de você!

Sófia aponta a arma pra cabeça de Soraya e aperta no gatilho. Porém, não sai bala. Soraya começa a ri, Sófia se frustra.

Soraya – (RISOS). Ai, ai! Tá sem balas minha querida.

Sófia – Que estranho! Eu botei bala.

Sófia joga pro chão atrás dela. O revólver começa a disparar. Todos se assustam e tentam se proteger. O revólver gira no chão disparando pra todos os lados, uma das balas atinge uma pedra. Os tiros param. A pedra desaba na estrada da Mina, trazendo poeira pra todo lado.

CENA 2. FAZENDA DE ADMA. QUARTO DE OTÁVIA. DIA

Otávia – Embora, mamãe?

Arlette – É... Vai ter um campeonato de surfe lá na Austrália e eu vou com o Peter. É só uma pequena temporada.

Otávia – A última pequena temporada foram 20 anos. Poxa, eu não queria que você fosse!

Arlette – Fique com a Cacilda.

Otávia – Não sei não hein, titia anda muito desvirtuada.

Arlette – Magina, ela é uma santa em forma de gente.

CENA 3. CASSINO. JOGATINA. DIA

Cacilda está sentada no bar com roupas de rameira. Absurd vai até ela.

Absurd – Cacilda, precisamos discutir sobre nossa relação.

Cacilda – Agora não, Absurd! Não vem que não tem. Não vê que eu não to trabalhando?

Absurd – Enfim... Eu queria te convidar pra ir à entrega de prêmio dos melhores cientistas do ano, que por sinal eu não ganhei em nenhuma categoria.

Cacilda – Hum... Você não inventou nada que preste né? Eu vou sim, aquele cientista que ficou com o seu cargo na empresa de invenções vai tá lá?

Absurd – Pior que vai, mais vai ser um encontro entre os cientistas da região. Vai ser aqui mesmo no Cassino. Hoje á noite!

Cacilda – Ok! Eu vou.

CENA 4. SANTELMO. MINA ABANDONADA. DIA

Soraya – Olha o que você fez, sua idiota!

Sófia – Você que nós trouxe pra cá.

Anete – Calma! A gente tem que achar uma saída.

Soraya – A gente não! Vocês não vão sair daqui vivos mesmo. Principalmente você, Anete. (sacando sua arma) Romero pega a corda!

Anete – Você não tem escrúpulos! Tomara que uma pedra enorme caia na sua cabeça.

Soraya – Igualmente!

CENA 5. SANTELMO. MINA ABANDONADA. DIA

Anete, Daniel e Sófia estão amarrados no chão.

Soraya – Pronto! Assim que eu achar uma saída vocês estão perdidos.

Anete – Vai explodir a Mina?

Soraya – Não, Magina. Eu não faria isso, vocês não merecem tanto. Essa Mina é super valiosa, dá ouro!

Daniel – Como assim? Pelo que eu sei a Mina não dava mais ouro.

Soraya – Pois é, o seu pai Richard teve ter tido um bom motivo pra mentir.

Sófia – E o que vocês vão fazer com o Paul Júnior?

Soraya – Esse projeto de gente também vai ficar né? Vem cá, você já ficou presa aqui e encontrou uma saída.

Sófia – Mais eu não lembro onde é. E mesmo se lembrasse eu não falaria.

Soraya – Eu descubro sozinha.

CENA 6. FAZENDA DE ADMA. SALA. TARDE

Adma – É... Ela falou comigo também. Eu não estranhei, sua mãe é assim mesmo. Aventureira.

Otávia – Pois é. Mais não é dela que eu quero falar não. É da titia Cacilda.

Adma – Da Cacilda?

Otávia – Isso! Ela não anda batendo muito bem da cabeça, eu to preocupada. Andou até falando mal do Padre.

Adma – Bom Otávia, você conhece a sua tia mais do que eu. Ela é assim mesmo.

Otávia – Mais agora é caso sério mesmo. Ela não tá bem. Até pediu emprego aí pra Veridiana, virou profissional.

Adma – Preocupante.

CENA 7. CASSINO. JOGATINA. NOITE

Cacilda, Absurd, Otávia e Adma estão sentados numa mesa. O cassino está movimentado.

Absurd – Olha ele ali... Que pegou o meu cargo na empresa. Maldito Arnaldo!

Cacilda – Ah, é ele? Otávia vamos fazer o que a gente fez naquele dia com o padre?

Otávia – Vamos!

Cacilda e Otávia se levantam e vão até a mesa de Arnaldo. Ele se levanta.

Cacilda – Arnaldo! Quanto tempo. Parabéns pela contratação na empresa de invenções!

Cacilda abraça Arnaldo e começa a falar no seu ouvido.

Cacilda (baixo, no ouvido dele) – Eu te vejo de longe e noto que você é um cara feliz, porque o que adianta ter dinheiro se não é feliz? Veja por exemplo aquele cantor americano de música pop Podre de rico e infeliz na vida. Ele fica adotando um monte de crianças da rua e com certeza abusava deles e dizia que era feliz.

Cacilda pára de abraçá-lo.

Cacilda – Num é? Esse negócio de catar criança na rua não tá colando mais.

Arnaldo – Pois é. Eu concordo com você.

Cacilda – Deveria se assumir! Aquele bando de segurança em volta não cola mais também, só vai ser feliz quando assumir a verdadeira sexualidade. Tudo de fachada.

Arnaldo – Concordo.

Cacilda – Enfim... Parabéns aí tá! Até mais!

Otávia – Parabéns!

Cacilda e Otávia voltam para a mesa. Arnaldo senta-se à mesa com o seus amigos cientistas e seu chefe, eles estão chocados olhando para ele.

Arnaldo – Que foi?

CENA 8. CASSINO. BANHEIRO MASCULINO. NOITE

Absurd e seu amigo Cientista estão conversando em frente ao espelho.

Absurd – Sem ressentimentos pelo fato de você ter votado no Arnaldo e não em mim na reunião.

Cientista – Ah, tudo bem!

Absurd – Na verdade isso de inventar coisas é só um Hobbie. Na verdade meu nome é Patrick e eu sou herdeiro de um grande multinacional da Europa que produze papel higiênico: Cagalhonios. Conhece?

Cientista – Ahh, eu já ouvi falar!

Absurd – Pois é, a nossa empresa gostaria de te convidar para um cargo importantíssimo. Na alta direção. Com um salário 10 vezes maior que na sua atual empresa.

Cientista – Aceito!

Absurd – Só tem um problema. Você precisa pedir demissão imediatamente da sua atual empresa para podermos fechar contrato.

Cientista – Ok! Fechado! Eu vou providenciar isso agora mesmo.

O cientista sai. Absurd ri.


CENA 9. SANTELMO. MINA ABANDONADA. NOITE

Bianca com Paul Júnior no colo e Romero estão dormindo. Soraya está andando para os lados procurando uma saída. Anete tenta soltar suas mãos discretamente, ela consegue. Anete discreta pega um pau no chão e corre rapidamente até Soraya, que se assusta, e a dá uma paulada. Soraya desmaiada.

CENA 10. SEQUÊNCIA DE IMAGENS. NOITE/MANHÃ

Imagens de Santelmo junto com a passagem da Noite para a Manhã.

CENA 11. FAZENDA DE BALDOC. SALA. MANHÃ

Anete entra.

Anete – Soraya mandou desocupar a cidade, mandou avisar que quem não sair até meio-dia vai morrer.

Sófia – O que?

Anete – Pois é, muita gente já tá indo embora. Ela tem reforços. Disse que vai fazer um massacre. Mais disse que não vai passar pelas fazendas, ela só quer a cidade. Só pra ela!

Daniel – Eu vou pra cidade. Quem ela pensa que é? Só vou dar uma passada na casa da minha mãe.

Anete – Eu também vou ficar e tentar barrar ela. Muita gente tá ficando também. Não se atrase, quanto mais gente lutando contra ela melhor.

Sófia – Eu também quero ir. O Paul Júnior está com ela!

Anete – Desculpa Sófia, por não ter conseguido pegar ele. É que a Bianca acordou com o barulho e eu não podia tentar nada com ele no colo dela.

Sófia – Eu entendo.

CENA 12. SANTELMO. ESTRADA. DIA

Bianca está ao lado de Soraya com Paul Júnior.

Soraya – Fique com o bebê! Não faça nada até segunda ordem.

Bianca – Tá bom!

Soraya vai até outra carruagem, ela sobe e vai embora.

CENA 13. SANTELMO. CIDADE. RUA. DIA

Henaide bate na porta do cassino irritada. Veridiana vai até ela. Não tem ninguém na rua, a cidade está um deserto.

Henaide – Aonde esse povo se enfiou?

Veridiana – Sumiram... Eu to ligando pro quarto da Elga e ela não atende. Também liguei pra recepção só que ninguém atende.

Henaide – Eu vou achar esse povo de qualquer jeito.

Veridiana – E eu vou junto!

Henaide e Veridiana se viram e se deparam com Soraya e seus capangas andando em direção do cassino. Eles se chocam, música de suspense.

CENA 14. FAZENDA DE ADMA. SALA. DIA

Baldoc entra.

Baldoc – Olá!

Cacilda – Olá!

Baldoc – Eu vim saber se você e sua mãe estão protegidas, né? Já que vai haver um massacre.

Cacilda – Estamos sim, aqui Soraya não entra. A mamãe está na cozinha.

Baldoc – Ah, brigado!

Cacilda – De nada, papai.

Baldoc – Papai?

Cacilda – Oi?

Baldoc – Você me chamou de papai?

Cacilda – Oh! Papai... Magina! O senhor ouviu errado. O senhor pode favor pode se dirigir a cozinha, eu já disse que minha mãe está lá. Que coisa!

Baldoc – Ai ai.

Baldoc sai para a cozinha.

CENA 15. SANTELMO. CIDADE. RUA. DIA

A cidade está toda na frente do cassino, Anete na frente. Barulho do povo conversando.

Soraya (GRITA) – Nem mais um dia!

Todos se calam.

Soraya – Vocês têm até amanhã pra esvaziar a cidade.

Anete – Mas, Soraya...

Soraya – Pra você Dona Soraya. Aliás, pra todo mundo! Não resolveram me desafiar, pois então! Vai todo mundo juntos e unidos pro inferno!

Helena se aproxima de Soraya junto com polícias com lado e um papel na mão.

Helena – A senhora está presa! No nome da lei!

Soraya – Que lei? (puxa o papel da mão dela e rasga). Essa cidade é minha!

Helena – E esse país é nosso! Prendam essa mulher.

Soraya faz sinal para seus capangas. Eles atiram nos dois polícias, Helena tenta sacar sua arma. Os capangas erram o tiro e atiram no chão. Helena põe a mão na cintura para pegar a sua arma, os capangas a atingem no peito. Ela cai no chão, ensangüentada.

Soraya – Amanhã ao meio-dia eu não quero ver ninguém aqui! Amanhã ao meio-dia essa cidade será derrubada. Dêem uma amostra pra eles para verem que eu não estou brincando.

Soraya vira-se rindo. Os capangas começam a atirar em direção do povo. Todos correm desesperados. Os capangas atiram em Breno, que põe a mão no peito e desmaia sobre uma poça d’água. Os capangas continuam atirando, um filho chora sobre a mãe atingida no chão.

CENA 16. CASSINO. QUARTO DAS NAIDES. DIA

Henaide entra apressada e corre para o guarda-roupa para fazer as malas.

Sunny – O que está acontecendo?

Henaide – A gente tem que sair daqui agora, tá legal? Soraya tá matando todo mundo.

CENA 17. SANTELMO. CIDADE. RUA. DIA

Música triste. CAM anda pela cidade, mostrando várias pessoas mortas no chão. Anete está baleada sentada na calçada. Daniel e Sófia chegam de cavalos e se chocam com o que vêem. Eles descem e vão até Anete, Daniel abaixa até ela.

Daniel – O quê que aconteceu aqui? Anete... Você tá bem?

Anete (falando devagar, fraca) – A Soraya.... vai fazer mesmo com quem tiver aqui amanhã.

Anete tira a estrelinha de Delegado de seu peito e devagar coloca na mão de Daniel.

Anete (falando devagar, fraca) – Toma.. faz... faz alguma coisa. Eu nunca fui Delegada... eu menti.

Daniel – Eu não to entendendo.

Anete (falando devagar, fraca) – Faz alguma coisa por essa gente... Pega a Soraya!

Anete fecha os olhos, ela está morta.

Daniel – Não, Anete...

Daniel pega a estrelinha triste e olha pra ela. Ele levanta e olha pra Sófia que também está triste, ela faz o sinal de sim com a cabeça. Daniel põe a estrelinha no peito. Silêncio. CAM sobe mostrando a cidade.

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