quinta-feira, 8 de março de 2012

Medo da Verdade - Capítulo 14 - Sem dizer







Ele se sentou e tomou seu café, taciturno, não elogiou a comida nem nada. Assim que se levantou resolvi quebrar o silencio.
- Eu vou preparar um almoço. Você vem comer aqui ou prefere que eu leve até lá?
- Eu venho!
- Então, bom trabalho.
- Obrigado.
Ele saiu e eu me sentei à mesa para tomar café. Assim que terminei e lavei a louça o bolo ficou pronto. Essa era a primeira vez que eu incorporava tão bem uma personagem, geralmente eu não demorava nem uma noite para assassiná-los, porém o Marcio proporcionou em meu corpo sensações que nunca havia sentido com homem nenhum. Só de lembrar meu corpo estremecia.
Pensei no que fazer para o almoço, concluí que faria um arroz à grega, carne de torresmo no caldo de cogumelos e uma salada. Restava saber se tinha os ingredientes, notei que não tinha alguns legumes, fui à lavoura perguntar ao Marcio se estavam em algum outro lugar.
Tudo bem que eu não sabia onde ficava, mas não foi difícil achar. Observei-o trabalhando por uns instantes.
- Oi. – Cumprimentei-o com uma voz serena.
- Oi.
- Desculpa a interrupção, mas eu queria saber se aqui tem rúcula e alface.
- Tem sim, no quintal da casa tem uma horta.
- Ah. Obrigado.
O tempo foi passando e eu fui fazendo o almoço, quando enfim estava pronto eu fui para o carro e peguei uma seringa com veneno e coloquei-a no bolso da minha calça. Vi ele se aproximando e eu fui sentar a mesa. Assim que chegou Marcio se serviu e permaneceu calado por quase todo o almoço, quando já estava perto de terminar ele quebrou o silencio:
- Assim que terminarmos de comer eu queria lhe mostrar um lugar.
- Mas você não vai trabalhar o dia inteiro?
- É que a plantação foi atacada por uma praga que estragou 25% da plantação.
Eu terminei e fui escovar os dentes enquanto ele tirava a mesa, quando terminei foi a vez dele ir escovar os dentes, quando voltou pegou minha mão e foi me guiando mata adentro.


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