cena 1. cassino. quarto de sheng. noite
Elga – Eu não tenho nada pra falar
com você.
Billy – Eu também não sei por que vim
aqui. Tá dando o golpe do baú no chinês é?
Elga – Oh! Pra sua informação ele não
é chinês, ele é japonês. E eu não to dando golpe em ninguém. Tô apenas
trabalhando. Você é uma decepção na minha vida, Billy!
Billy – Olha quem fala.
Billy sai. Elga fecha a porta irritada.
CENA 2. NOVA SERRA. HOTEL. QUARTO DE SORAYA. MANHÃ
Soraya e Bianca entram.
Soraya – Vamos ficar aí por enquanto.
Não podemos ficar lá em Santelmo pra não sermos reconhecidas.
Bianca – Ok!
Soraya – O Baldoc já foi... Agora é a
vez da Anete.
Bianca – O que nós vamos fazer?
Soraya – Nós não vamos fazer nada.
Digamos que eu tenho contatos em Santelmo. Contratei pessoas.
Bianca – Onde você arruma tanto
dinheiro?
Soraya – Sabe aquela mina que os Lain
pensam que não dá mais ouro? Então...
CENA 3. FAZENDA DE BALDOC. MESA DE REFEIÇÃO. MANHÃ
Sófia está tomando café na mesa. Baldoc entra e senta.
Sófia – Ahhh, papai! Finalmente
acordou. Pensei que não ia vim mais. Tá melhor?
Baldoc – Estou ótimo!
Sófia – Ahhh, que bom! Tava ficando
preocupada.
CENA 4. FAZENDA DE ADMA. SALA. MANHÃ
Absurd – Eles escolheram outro
cientista.
Cacilda – Nossa, que pena Absurd. Não
fica assim.
Absurd – Eu sou muito melhor que
qualquer um, eu soltei o que tinha engasgado na garganta neles.
Cacilda – Como assim?
flashback. nova serra.
empresa de invenções. sala de reunião. dia
Absurd – Então tá legal! É assim né?
Eu sabia que eu não ia ser escolhido, todos aqui não prestam. Aquele ali
(apontando) desvia dinheiro da empresa, aquele outro (apontando) pega as
menininhas novas na rua e leva pro motel. Aquela ali (apontando) é amante do
presidente. Ah e não foi o Eduardo da contabilização que me contou! Os que
restaram na mesa são inocentes.
FIM DO flashback. nova
serra. empresa de invenções. sala de reunião. dia
Cacilda – Nossa! Absurd, essa hora o
Eduardo da Contabilização deve tá sendo demitido.
Absurd – Ah, você acha que eu
prejudiquei o Eduardo da Contabilização? Tomara que ele não fique com
ressentimentos.
Otávia entra.
Otávia – Tem um moço lá fora querendo
falar com você, titio. Ele se identificou como Eduardo da Contabilização.
CENA 5. SANTELMO. RUA. CIDADE. MANHÃ
Cacilda e Otávia descem da carruagem. Cacilda paga a
passagem e sai com Otávia.
Otávia – Titia, nós vamos primeiro
visitar o túmulo do avô Richard ou na Igreja?
Cacilda – Primeiro na Igreja.
Cacilda e Otávia caminham até a Igreja. Veridiana e Elga
caminham juntos. As duas se aproximam de Cacilda, Elga bate com o ombro em
Cacilda que faz cara feia.
Elga – Urucilda! (RISOS).
Elga e Veridiana dão gargalhadas e vão embora. Cacilda
se choca, tema instrumental dela. Otávia e Cacilda continuam caminhando até a
Igreja.
Cacilda – Uru... Urubu... Urucilda?
Que blasfêmia! Deus não ama essas rameiras, Otávia! Ele vai tirar elas da fase
da terra. Elas vão arde no fogo do inferno! Onde já se viu. Uru... Urubu.
O Padre João observa rindo da situação.
Cacilda – E o senhor é outro! Não to
gostando nada dessa Igreja Moderninha onde até as rameiras podem entrar. Eu vou
abrir a minha própria religião, vou fundar uma igreja aqui na cidade que vai
desbancar a sua! Prepare-se!
Otávia – Pode se preparar Padre João,
não vai restar nenhuma beata na sua Igreja falida. Vai todo mundo pra nossa
Igreja.
Padre João – Eu não ligo pra isso.
Religião é escolha e não concorrência.
Cacilda – É a última vez que eu entro
na sua Igreja. Não posso admitir rezar no mesmo lugar onde às pecadoras das
rameiras rezam. Só vou entrar pra ver o meu santo São Pecritim.
Padre João – O santo é da senhora?
Cacilda – Ué, claro! Vamos Otávia.
Cacilda e Otávia entram na Igreja.
CENA 6. DELEGACIA. SALA DE ANETE. MANHÃ
Zorroh entra. Anete levanta até o arquivo da Delegacia,
abre uma gaveta e pega uns papéis.
Anete – Bom Zorroh, eu preciso que
você organiza alguns papéis importantes aqui...
Zorroh saca uma arma e corta em apenas uma faca os
papéis que caem no chão.
Anete – O que é isso? O quê que você
tá fazendo?
Zorroh – (RISOS). Tinha que ver a sua
cara! Você quase mijou nas calças.
Anete – É... Foi muito engraçado.
Zorroh começa a tentar atingir Anete, que luta com ele.
Anete chuta a faca que cai no chão. Zorroh pega outra no seu bolso.
Anete – O quê que cê tá fazendo?
Zorroh – Matando você.
Anete tenta segurar a mão de Zorroh, que empurra a faca
em direção a ela. Anete chuta a barriga de Zorroh e corre para fora da sala.
CENA 7. DELEGACIA. RECEPÇÃO. manhã
Anete tenta sair pela porta e desesperada tenta subir as
escadas ao ver Zorroh com a faca atrás dela. Anete cai na escada, Zorroh a
puxa.
Zorroh – Aonde você pensa que vai,
Anete? Tem uma arma lá encima é?
Zorroh sobe por cima de Anete e tenta enforca-lá. Anete
usa seus pés e empurra a cabeça de Zorroh contra a escada, que quebra. Anete e
Zorroh caem lá embaixo. Anete corre para a escada novamente enquanto Zorroh cai
encima de uma pequena mesa e tenta se levantar. Zorroh levanta-se e corre para
a Anete e a pega por trás, ele coloca seus braços sob o pescoço dela. Anete
força Zorroh pra trás. Zorroh tropeça e os dois saem pela janela de vidro, que
se quebra. Sunny entra com uma bandeja com bolo e se depara com a Delegacia
toda quebra.
Sunny – Surpresa! As Naides mandaram
trazer esse bolo que você adora, Anete.... Anete?
Zorroh e Anete entram por outra janela de vidro que se
quebra. Sunny se choca.
Sunny (GRITA) –
AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!
Anete rasga um pequeno de sua roupa e coloca sob o
pescoço de Zorroh. Ela tenta enforcar ele, que tenta se soltar.
Sunny – Anete pára, você vai matar
ele.
Anete – Preciso que pegue uma coisa
lá encima. Uma arma dentro da gaveta.
Zorroh se levanta e tente se soltar. Anete fica submersa
do chão pendurada nas costas de Zorroh tentando o enforcar.
Sunny – Uma arma? Porque você quer
uma arma?
Anete – Vai lá buscar!
Sunny – Tá bom!
Sunny sobe a escada nervosa. Zorroh se volta e dá um
soco em Anete. Anete
revida com outro soco, ela pega a cabeça dele e começa a bater com ela na
parede.
Anete (GRITA) – Vai logo!
Sunny (off, grita) – Tô indo! Tô
indo!
CENA 8. DELEGACIA. RECEPÇÃO. DIA
Sunny desce com a arma. Anete imobiliza Zorroh com seus
braços no seu pescoço.
Anete – Fica bem aí, Sunny! Agora
aponta a arma pra cara dele e atira. Vai, atira!
Sunny – Tá bom!
Sunny atira na perna de Zorroh.
Zorroh – Vagabunda, atirou em mim.
Anete bate com a cabeça de Zorroh no chão, que desmaia.
Anete levanta.
Anete – Cê tá maluca?
Sunny – Você mandou eu atirar.
Anete – Eu tava blefando pra botar
medo nele.
Sunny – Então deveria ter cruzado os
dedos, piscado os olhos. Ou alguma coisa assim.
CENA 9. FAZENDA DE ADMA. SALA. DIA
Adma entra e senta no sofá. Ela coloca a mão no peito.
Adma – Ai...!
Cacilda – O que foi mamãe?
Adma desmaia. Cacilda vai até ela nervosa.
Cacilda – Mamãe?
CENA 10. DELEGACIA. RECEPÇÃO. DIA
Zorroh está numa cadeira amarrado com uma corda e com
machucados no rosto.
Anete – Que decepção, você era meu
amigo. Passou pro lado da Soraya?
Zorroh – Até o fim do dia você vai
estar morta, Anete. Tem uma recompensa de 20 milhões de dólares por quem te
matar primeiro, a Soraya contratou muita gente próxima a você. Eu não pude
recusar, é muito dinheiro!
Anete – Se até você tentou me matar
eu não posso esperar mais nada.
Henaide bate na porta.
Zorroh – Vai abrir? Sua cabeça virou
leilão. O próximo assassino pode ser qualquer um de Santelmo. Achou que eu não
tinha concorrente? Quem matar primeiro leva. 20 milhões compra qualquer um.
Anete pega sua arma.
Sunny – Anete é só a Henaide. Ela
quer saber por que eu to demorando.
Zorroh – Ou... Te matar!
Anete – Ou só não vou te matar porque
eu não to com a mínima vontade! Só não venha atrás de mim, Zorroh.
Anete sai pela porta dos fundos. Sunny sai e deixa
Zorroh amarrado.
CENA 11. SANTELMO. DETRÁS DA DELEGACIA. DIA
Anete sai a caminho de uma carruagem. Outra carruagem
pára a frente dela. O carteiro vai até a porta da carruagem com um pacote na
mão.
Carteiro – Anete, chegou uma
encomenda da sua mãe. Preciso que você assine.
Anete – Mamãe não costuma me mandar
encomendas.
Carteiro – Relaxa! Que cara de morte
é essa?
Anete – Você tem uma caneta?
Carteiro – Ahhh, é claro! A caneta.
O carteiro se vira e pega uma arma, Anete saca sua arma
e corre atirando. O carteiro abaixa, os dois se atiraram tentando se atingir. O
carteiro atira na arma de Anete, que cai no chão. Ele caminha até ela. Bell
chega por trás e dá uma paulada na cabeça dele.
Anete – Ai Bell, graças a Deus! Ele
ia me matar.
Bell – Pois é, ainda bem que eu
cheguei a tempo.
Anete – Ah não!
Anete corre, Bell sobe na carruagem do carteiro. CAM
mostra Anete correndo e a carruagem atrás tentando alcança-lá. Anete se joga no
chão e começa a atirar, Bell pára a carruagem e saca sua arma. Anete atira em
barríeis de álcool atrás da carruagem. A carruagem explode com Bell dentro.
Anete encosta-se numa carruagem, aliviada.
CENA 12. SANTELMO. ENFERMARIA. NOITE
Adma está numa maca, Cacilda sentada ao lado.
Cacilda – Está bem, mamãe?
Adma – Sim, eu to ótima! Cacilda...
Agora que eu quase morri eu lembrei de uma coisa que eu não posso parti sem te
contar.
Cacilda – O que mamãe?
Adma – Bom, Cacilda... O Richard não
era seu pai!
Cacilda – O que?
Adma – É isso mesmo. Não, mais ele
sabia. Quando eu me casei com ele eu já tava grávida de você.
Cacilda – Bom, se ele sabia... Mais
porque escondeu isso de mim?
Adma – Eu não esqueci, apenas esqueci
de contar.
Cacilda – Agora eu entendo, eu não
puxei a religião nem de você nem do papai. Só podia ser do meu outro pai
biológico. Quem é ele, mamãe?
Adma – O seu pai não quis assumir a
gravidez e me deixou na mãe. Daí o Richard que era o melhor amigo dele me pediu
em casamento e com o tempo eu acabei me apaixonando por ele. O seu pai
biológico é... É o Baldoc!
Cacilda (chocada) – O que?
Música instrumental de Cacilda, ela levanta chocada.
Cacilda (chocada, revoltada) – Eu sou
filha do Baldoc?
Cacilda sai gritando.
Adma – Ah meu Deus!
CENA 13. SANTELMO. RUA. NOITE
Cacilda sai da enfermaria revoltada, ela começa a rasgar
a roupa no meio da cidade. Todos olham curiosos.
Cacilda – Eu to possuída! Alguém
apaga o meu fogo! Eu quero homem!
Cacilda continua gritando revoltada e se rasgando no
chão.
cena 14. cassino. corredor. noite
Anete as escadas em direção ao seu quarto.
Anete – Vou pegar minhas malas e irei
embora daqui!
Anete vê Henaide e Denaide com armas na mão subindo a
escada. Anete saca a arma e se encosta na parede.
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