Estela
- Sra. Magneto?! – Rose me chamou atenção. – Está tudo bem?
- Sim, estou bem. – Respondi.
- Por que demorou tanto a me responder? – Quis saber.
- A responder o que?
- Ora, Sra. Magneto! Eu perguntei o que a senhora havia sido quando era jovem.
- Ah sim! Eu fui... – fiz uma pausa, não podia contar a verdade. – Eu fui dona de casa. E respondendo a sua primeira pergunta: Eu demorei por que me lembrei do meu passado.
- Será que não iria querer me falar um pouco sobre ele? – Rose se ofereceu.
- Não, as histórias de uma pacata dona de casa não são tão instigantes quanto às de um policial.
- A senhora não vai mesmo esquecer essa história? Eu não entendo o motivo pelo qual ficou tão ressentida quando ele disse que não houve assassinas particulares na década de sessenta.
- Por que ele mentiu. Houve uma assassina.
- E como a senhora pode ter tanta certeza?
- Eu a vi, eu a conheci tão bem, que parecíamos a mesma pessoa.
- Como a conheceu?
- Não quero falar sobre isso agora.
- O.k, como a senhora quiser.
- Você pode me deixar um pouco sozinha no meu quarto?
- Claro.
Ela saiu e eu subi na minha cama. Descansei um pouco e lembrei a nossa conversa, da nossa primeira noite juntos. Lembrar esses fatos me deixou com saudade do seu toque, da sua voz, do seu olhar, da sua presença. Eu posso até estar velha, mas um dia tive 30 anos e me apaixonei, só vi o meu amor poucas vezes na minha vida, mas foi suficiente para ter a certeza que estava apaixonada.
Um vento atravessou o quarto, senti um arrepio na nuca, confesso que ainda tenho desejos sexuais, mas só uma pessoa pode concebê-los e infelizmente ela não está ao meu lado.
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