08h00min da manhã. Alguém telefonava para mim. O telefone ficava na sala e eu estava no quarto. Há quatro horas eu havia matado um homem, estava morta de tão cansada. Ninguém me compreende?
- Alô! – Atendi com a voz cansada.
- Não já é muito tarde para uma moça estar dormindo? – Perguntaram do outro lado da linha. Era uma voz grossa, envolvente e imperativa.
- Eu trabalhei até as 4 da manhã ontem, - Expliquei.
- Então essa foi a hora exata que ele morreu? – Questionou.
- Aproximadamente. – Esclareci.
- Eu já tenho um novo trabalho para você. – Anunciou.
- Romano, - pedi – porque você não manda um de seus homens?
- Porque você é melhor que todos eles. – respondeu. – Além do mais, esse é um serviço particular. Eu quero encomendar a morte de um homem que, há três anos, denunciou um dos meus maiores esquemas, e só agora eu consegui localizá-lo.
- Você não tem inimigas? – perguntei.
- Estela, - começou – São poucas as mulheres que nascem com esse instinto de independência, esta força e esta esperteza que tu tens.
- Então quer dizer que não há muitas como eu! – Conclui.
- Na verdade, nesse Brasil inteiro eu só conheço você. – Ele foi mais preciso na conclusão.
- Onde é que ele mora? – Comecei o levantamento de dados.
- Na fronteira entre o Mato Grosso do Sul e o Amazonas. – Explicou.
- Não é zona urbana? – Quis saber.
- Não. É uma fazenda.
- Como eu vou?
- Um avião vai lhe levar até uma área próxima. Lá você pega um carro, vai até a fazenda e arma um teatro.
- Qual é o prazo?
- Três dias.
- Só?
- É um ótimo prazo.
- O.k
- Se organize. O avião sairá em duas horas.
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